ESCLARECIMENTOS
1. O leitor Miguel Nogueira considera incoerente o facto de eu considerar de “insidioso mau gosto” a observação de Pedro Adão e Silva (PAS) sobre “o verdadeiro Pulido Valente”, e não achar o mesmo do termo “esquerdalha”, incluído na frase que há dias aqui reproduzi (da autoria do blog Nova Frente): “A telenovela das escutas telefónicas, cujo teor foi democraticamente divulgado em tudo o que é órgão de comunicação, teve o condão de revelar que a esquerdalha, nas suas conversas íntimas, continua a utilizar o "pá" em doses insuportáveis”.
Aceitando respeitosamente a crítica, entendo que existem diferenças de tom e de contexto que importa dissecar.
A frase da “esquerdalha” tinha uma carga nitidamente humorística. E o alvo era abstracto. Foi nesse sentido que aqui a coloquei. Admito que o termo “esquerdalha” possa parecer ofensivo, mas quantas vezes já fui apelidado, em tom de provocação graciosa, de “reacças” e de “conservas”? Será caso para me sentir ofendido? Não creio. Volto, por isso, à provocação: a esquerda perdeu o sentido de humor?
Já a ‘boca’ de PAS estava incluída num registo sério, onde se falava da morte de uma pessoa (neste caso de João Pulido Valente). Não me parece que PAS estivesse a brincar com a situação, nem que a expressão “verdadeiro Pulido Valente” devesse ser entendida como uma tirada humorística. Aliás, PAS escreve, mais tarde: ”O verdadeiro tinha apenas a ver com o facto de Vasco Pulido Valente não ter o apelido Pulido Valente, apesar de muito se aprazer a utilizar frequentemente o truque de chamar depreciativamente as pessoas por metade do apelido que têm.” O tom é nitidamente sério e revela uma postura de ataque pessoal e objectivo.
Ora, eu classifiquei-a de “mau gosto” por duas razões. Em primeiro lugar, porque se insere na longa lista de ataques pessoais a Vasco Pulido Valente, com base no facto de ele fazer uso de um apelido que não é o seu. Há quem recorra a esse facto para gozar com o Vasco ou para o acusar de 'pedante'. Entendo que é uma forma de ‘bater’ não só estúpida e deselegante, como, até, cobarde. Como toda a gente sabe, o Vasco Pulido Valente (VPV) ainda pertence à família Pulido Valente (era neto de Francisco Pulido Valente). Por contigências e razões previsíveis (Francisco Pulido Valente era seu avô materno; José Emídio Correia Guedes o paterno), o seu nome acabou por não conter o apelido "Pulido Valente". Talvez fosse interessante saber porque razão ele os utiliza. Mas são razões que só a ele dizem respeito. Há, por isso, que respeitar. Se se respeitam os heterónimos, porque razão não se respeita o "Pulido Valente" no Vasco? Arrisco uma resposta, em forma de pergunta: será porque VPV bate habitualmente na esquerda e no Partido Socialista? Quem conhece o Vasco sabe perfeitamente que não se trata de uma tentativa de embuste. Ou seja, não há aqui «verdadeiros» e «falsos» Pulidos Valentes. A não ser que o PAS se atreva a escrever, um dia (que espero longínquo): “morreu o «falso» Pulido Valente”.
Em segundo lugar, achei a ‘boca’ despropositada numa altura em que o próprio Vasco Pulido Valente enfrenta problemas de saúde e recupera de uma intervenção cirúrgica – facto noticiado no DN e que, inexplicavelmente, PAS afirma não ter conhecimento.
2. Já por diversas vezes me acusaram de ser excessivamente violento e preconceituoso para com a esquerda. Queria aqui esclarecer este ponto.
A grande maioria dos meus amigos é de esquerda. Com eles tenho discussões poéticas, nas quais voam objectos inanimados e se espantam inocentes que se cruzam connosco. Mas essas diferenças não significam nada. Eu avalio e valorizo pessoas, não ideias, ideologias ou retóricas.
A dicotomia esquerda/direita existe – existirá sempre. Não nego, por isso, a minha simpatia clubista pela direita. Não gosto de meias-tintas e de sentimentos dissimulados, pelo que digo aquilo que penso e assumo aquilo que sou. Embora ache a direita mais sensata, mais realista, menos assombrada e presunçosa, reconheço que a esquerda deu, e ainda dá, o seu contributo positivo para a evolução das sociedades.
Reconheço, também, alguma fogosidade e «corrosividade» em certas observações por mim proferidas. É uma questão de estilo. Mas sempre tentei ser justo. Assim como sempre respeitarei a diferença de opiniões - desde que, como é elementar e óbvio, as mesmas sejam encabeçadas pela boa fé, pela urbanidade e pela honestidade intelectual. À esquerda e à direita há quem não veja as coisas assim. Há quem insista em radicalizar posições, atacar de forma vil e desonesta o outro, segregar aprioristicamente quem se encontra do «lado de lá». Como diria um amigo meu, para esses não estou.
1. O leitor Miguel Nogueira considera incoerente o facto de eu considerar de “insidioso mau gosto” a observação de Pedro Adão e Silva (PAS) sobre “o verdadeiro Pulido Valente”, e não achar o mesmo do termo “esquerdalha”, incluído na frase que há dias aqui reproduzi (da autoria do blog Nova Frente): “A telenovela das escutas telefónicas, cujo teor foi democraticamente divulgado em tudo o que é órgão de comunicação, teve o condão de revelar que a esquerdalha, nas suas conversas íntimas, continua a utilizar o "pá" em doses insuportáveis”.
Aceitando respeitosamente a crítica, entendo que existem diferenças de tom e de contexto que importa dissecar.
A frase da “esquerdalha” tinha uma carga nitidamente humorística. E o alvo era abstracto. Foi nesse sentido que aqui a coloquei. Admito que o termo “esquerdalha” possa parecer ofensivo, mas quantas vezes já fui apelidado, em tom de provocação graciosa, de “reacças” e de “conservas”? Será caso para me sentir ofendido? Não creio. Volto, por isso, à provocação: a esquerda perdeu o sentido de humor?
Já a ‘boca’ de PAS estava incluída num registo sério, onde se falava da morte de uma pessoa (neste caso de João Pulido Valente). Não me parece que PAS estivesse a brincar com a situação, nem que a expressão “verdadeiro Pulido Valente” devesse ser entendida como uma tirada humorística. Aliás, PAS escreve, mais tarde: ”O verdadeiro tinha apenas a ver com o facto de Vasco Pulido Valente não ter o apelido Pulido Valente, apesar de muito se aprazer a utilizar frequentemente o truque de chamar depreciativamente as pessoas por metade do apelido que têm.” O tom é nitidamente sério e revela uma postura de ataque pessoal e objectivo.
Ora, eu classifiquei-a de “mau gosto” por duas razões. Em primeiro lugar, porque se insere na longa lista de ataques pessoais a Vasco Pulido Valente, com base no facto de ele fazer uso de um apelido que não é o seu. Há quem recorra a esse facto para gozar com o Vasco ou para o acusar de 'pedante'. Entendo que é uma forma de ‘bater’ não só estúpida e deselegante, como, até, cobarde. Como toda a gente sabe, o Vasco Pulido Valente (VPV) ainda pertence à família Pulido Valente (era neto de Francisco Pulido Valente). Por contigências e razões previsíveis (Francisco Pulido Valente era seu avô materno; José Emídio Correia Guedes o paterno), o seu nome acabou por não conter o apelido "Pulido Valente". Talvez fosse interessante saber porque razão ele os utiliza. Mas são razões que só a ele dizem respeito. Há, por isso, que respeitar. Se se respeitam os heterónimos, porque razão não se respeita o "Pulido Valente" no Vasco? Arrisco uma resposta, em forma de pergunta: será porque VPV bate habitualmente na esquerda e no Partido Socialista? Quem conhece o Vasco sabe perfeitamente que não se trata de uma tentativa de embuste. Ou seja, não há aqui «verdadeiros» e «falsos» Pulidos Valentes. A não ser que o PAS se atreva a escrever, um dia (que espero longínquo): “morreu o «falso» Pulido Valente”.
Em segundo lugar, achei a ‘boca’ despropositada numa altura em que o próprio Vasco Pulido Valente enfrenta problemas de saúde e recupera de uma intervenção cirúrgica – facto noticiado no DN e que, inexplicavelmente, PAS afirma não ter conhecimento.
2. Já por diversas vezes me acusaram de ser excessivamente violento e preconceituoso para com a esquerda. Queria aqui esclarecer este ponto.
A grande maioria dos meus amigos é de esquerda. Com eles tenho discussões poéticas, nas quais voam objectos inanimados e se espantam inocentes que se cruzam connosco. Mas essas diferenças não significam nada. Eu avalio e valorizo pessoas, não ideias, ideologias ou retóricas.
A dicotomia esquerda/direita existe – existirá sempre. Não nego, por isso, a minha simpatia clubista pela direita. Não gosto de meias-tintas e de sentimentos dissimulados, pelo que digo aquilo que penso e assumo aquilo que sou. Embora ache a direita mais sensata, mais realista, menos assombrada e presunçosa, reconheço que a esquerda deu, e ainda dá, o seu contributo positivo para a evolução das sociedades.
Reconheço, também, alguma fogosidade e «corrosividade» em certas observações por mim proferidas. É uma questão de estilo. Mas sempre tentei ser justo. Assim como sempre respeitarei a diferença de opiniões - desde que, como é elementar e óbvio, as mesmas sejam encabeçadas pela boa fé, pela urbanidade e pela honestidade intelectual. À esquerda e à direita há quem não veja as coisas assim. Há quem insista em radicalizar posições, atacar de forma vil e desonesta o outro, segregar aprioristicamente quem se encontra do «lado de lá». Como diria um amigo meu, para esses não estou.
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