BLÁ, BLÁ, BLÁ
Há umas semanas atrás, estive presente num jantar onde, à minha frente, se sentou um jovem assistente universitário, simpatizante do Bloco de Esquerda (“Não sou militante”, tratou de avisar). Durante o jantar, lá fui ouvindo, deliciado, a opinião do jovem assistente sobre os mais diversos assuntos. A certa altura, numa fase em que já não escutava o que ele dizia - e em que apenas vislumbrava uma boca produzindo um ruído de fundo - lembrei-me do Nelson Rodrigues: ”Há sujeitos que nascem, envelhecem e morrem sem ter jamais ousado um raciocínio próprio. Há toda uma massa de frases feitas, de sentimentos feitos, de ódios feitos”.