Um azar nunca vem só
Ainda a braços com a operação Quitoso em Downing Street, sobre David Cameron abateu-se outra arrelia: o Público, na sua já lendária secção «Sobe e Desce», atirou a David Cameron uma setinha para baixo. Motivo? Ora leiam: «Sentando ao lado de Ângela Merkel, o primeiro-ministro britânico atacou três décadas de multiculturalismo no Reino Unido, defendendo que as políticas de integração têm alimentado o extremismo. Dirigiu-se explicitamente aos muçulmanos, que já reagiram contra um discurso que acusam de alimentar “a histeria e a paranóia”».
Não se percebe se o Público discorda da crítica ao multiculturalismo (neste caso assumindo o jornal o seu amor pela doutrina), ou se, achando-a legítima ou minimamente acertada (por se tratar de uma corrente que, em certa medida, bloqueia uma discussão franca sobre o papel e o lugar dessas comunidades, ou por ter conduzido a uma espécie de appeasement em relação a condutas que encerram em si as sementes do extremismo), apenas não apreciou o facto de o primeiro-ministro andar em público a falar dessas coisas e, com isso, a melindrar as comunidades (muçulmanas, etc.), utentes, lá está, do dito multiculturalismo. Das duas uma: ou o Público desconhece o problema inglês (tão cristalinamente exposto do livro de Melanie Phillips Londonistan: How Britain Has Created a Terror State Within), ou o Público prefere que certas coisas não sejam proferidas em público (a bafienta postura do let sleeping dogs lie).
Na mesma secção, e no mesmo dia, o Público atribuiu uma setinha para cima a Paulo Borges. Motivo: fundou um partido que tem como prioridade a Felicidade Interna Bruta (FIB em vez do PIB) e como desígnio a defesa de todos os seres (humanos e não humanos).
É notório que, entre Cameron e piolhos, o Público apoia os pediculus humanus capitis.
(publicado originalmente aqui)
Não se percebe se o Público discorda da crítica ao multiculturalismo (neste caso assumindo o jornal o seu amor pela doutrina), ou se, achando-a legítima ou minimamente acertada (por se tratar de uma corrente que, em certa medida, bloqueia uma discussão franca sobre o papel e o lugar dessas comunidades, ou por ter conduzido a uma espécie de appeasement em relação a condutas que encerram em si as sementes do extremismo), apenas não apreciou o facto de o primeiro-ministro andar em público a falar dessas coisas e, com isso, a melindrar as comunidades (muçulmanas, etc.), utentes, lá está, do dito multiculturalismo. Das duas uma: ou o Público desconhece o problema inglês (tão cristalinamente exposto do livro de Melanie Phillips Londonistan: How Britain Has Created a Terror State Within), ou o Público prefere que certas coisas não sejam proferidas em público (a bafienta postura do let sleeping dogs lie).
Na mesma secção, e no mesmo dia, o Público atribuiu uma setinha para cima a Paulo Borges. Motivo: fundou um partido que tem como prioridade a Felicidade Interna Bruta (FIB em vez do PIB) e como desígnio a defesa de todos os seres (humanos e não humanos).
É notório que, entre Cameron e piolhos, o Público apoia os pediculus humanus capitis.
(publicado originalmente aqui)
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