Outra vez
Ouço as suas explicações na TVI sobre a putativa gaffe de Manuela Ferreira Leite e, desta vez – facto que me incomoda excessivamente -, estou em desacordo com Vasco Pulido Valente.
Entendamo-nos. Manuela Ferreira Leite explicava (acertadamente ou não) que, em Democracia, não se podem fazer reformas contra as corporações e as pessoas sobre as quais incidem as mesmas. Tem que haver um mínimo de negociação e de entendimento sob pena de serem contraproducentes. A não ser, adiantou, que se suspenda a democracia por uns meses para pôr o país na ordem uma vez que, nessas condições, o «chefe» pode, quer e manda. “Até nem sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia…”. A ironia estava lá, assim como a farpa dirigida ao governo – que, com Maria de Lurdes Rodrigues, tem dado ar de quem «pode, quer e manda» ou de quem queria «pôr tudo na ordem» sem mais chatices e delongas.
É um facto que a construção da frase não foi a melhor. É um facto que o visionamento das declarações – em discurso directo - faz toda a diferença quando comparamos as mesmas declarações transcritas para o papel, preto no branco. É um facto que esquecer o que ela disse imediatamente antes e depois da fatídica frase faz toda a diferença. Manuela Ferreira Leite não é uma oradora brilhante. Mas daí a pensar-se que Manuela Ferreira Leite sonha com interregnos democráticos vai uma enorme distância. A distância que separa os que compreenderam a ironia e o sentido das declarações, relegando para segundo plano o acessório mau jeito, e os que aproveitam o ensejo para juízos de ordem moral e lições de democracia. Desculpar-me-á o Vasco Pulido Valente, se um dia ler este seu indefectível, mas as críticas a Manuela Ferreira Leite neste contexto têm sido, no mínimo, estranhamente tortuosas. E para tortuoso mor já nos basta Luís Delgado.
Entendamo-nos. Manuela Ferreira Leite explicava (acertadamente ou não) que, em Democracia, não se podem fazer reformas contra as corporações e as pessoas sobre as quais incidem as mesmas. Tem que haver um mínimo de negociação e de entendimento sob pena de serem contraproducentes. A não ser, adiantou, que se suspenda a democracia por uns meses para pôr o país na ordem uma vez que, nessas condições, o «chefe» pode, quer e manda. “Até nem sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia…”. A ironia estava lá, assim como a farpa dirigida ao governo – que, com Maria de Lurdes Rodrigues, tem dado ar de quem «pode, quer e manda» ou de quem queria «pôr tudo na ordem» sem mais chatices e delongas.
É um facto que a construção da frase não foi a melhor. É um facto que o visionamento das declarações – em discurso directo - faz toda a diferença quando comparamos as mesmas declarações transcritas para o papel, preto no branco. É um facto que esquecer o que ela disse imediatamente antes e depois da fatídica frase faz toda a diferença. Manuela Ferreira Leite não é uma oradora brilhante. Mas daí a pensar-se que Manuela Ferreira Leite sonha com interregnos democráticos vai uma enorme distância. A distância que separa os que compreenderam a ironia e o sentido das declarações, relegando para segundo plano o acessório mau jeito, e os que aproveitam o ensejo para juízos de ordem moral e lições de democracia. Desculpar-me-á o Vasco Pulido Valente, se um dia ler este seu indefectível, mas as críticas a Manuela Ferreira Leite neste contexto têm sido, no mínimo, estranhamente tortuosas. E para tortuoso mor já nos basta Luís Delgado.
2 Comentários:
“Até nem sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia…”. A ironia estava lá, assim como a farpa dirigida ao governo.
Ironia e farpa, pois claro; e pensamento crítico, inteligência, autoconfiança, espontaneidade, sensibilidade estética e sentido de humor, já agora? Com jeitinho, se calhar, ainda conseguimos também inferir tudo isto só daquela frase, não?...
Ela falou de forma metafórica e ninguém percebeu!...
Fez como Gama quando foi à Madeira elogiar «Bokassa»!!!
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