O uomo singolare?
Observando a passeata mais ou menos organizada dos professores (e, por favor, não me venham dizer que aqueles ajuntamentos são fruto do acaso e não têm por detrás o trabalho de arregimentação dos sindicatos, por muito genuínas que sejam as manifestações dos professores e por muito válidas que sejam as suas queixas), e a horda de jovens imberbes (perdoem-me o pleonasmo) a erguer o punho e a arremessar ovos, ocorrem-me dois nomes. O primeiro, Nelson Rodrigues: "Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa de pensar". O segundo, Michael Oakeshott, referindo-se ao nascimento do individuo moderno, produto da falência da vida comunitária medieval: "The uomo singolare, whose conduct was marked by a high degree of self-determination and a large number of whose activities expressed personal preferences, gradually detached himself from his fellows. And together with him appeared, not only the libertine and the dilettante, but also the uomo unico, the man who, in the mastery of his circumstances, stood alone and was a law to himself". Definitivamente, estes ajuntamentos não são a minha chávena de chá. Até porque, pelo meio, mistura-se o que não deve ser misturado, não se discute verdadeiramente nada e promove-se a ideia de que a «rua» resolverá sempre tudo.
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