O MacGuffin: outubro 2008

quinta-feira, outubro 30, 2008

Pudor, discrição, sentido do ridículo: coisas simples, dear M.

A semana passada, Gonçalo M. Tavares foi o convidado do Expresso para falar sobre o «filme da sua vida». O realizador privilegiado foi Dreyer e a distinção coube a Ordet. Onde quer que esteja, o dinamarquês Carlos Teodoro não deve caber em sim de contente. E o que nos disse Gonçalo M. Tavares, com aquele olhar de cocker spaniel e semblante de quem está sempre em processo de profunda, grave e séria elucubração sobre a condição humana? Pois que foi ver o filme com um «amigo» e que «chorou abundantemente» durante o seu visionamento. Tudo bem. A história é, de facto, emocionante. Ordet, uma obra-prima. Mas serei eu o único a achar completamente ridículas e patetas estas confissões públicas sobre estados de alma privados que nada adiantam ao tema em apreço? Gonçalo M. Tavares quis provar o quê? Que é sensível? Que compreendeu, como poucos, o alcance da obra? Que o seu próprio génio emocional andou de mãos dadas com o do realizador, naquela que terá sido a mais perfeita síntese a que já se assistiu em Portugal entre espectador/cinéfilo e realizador/autor? Que o amigo que o acompanhou, pode provar, em sede própria, a espantosa comoção do sensível Gonçalo? Que Gonçalo chora como um cocker spaniel? Por outras palavras (e pardon my english): who gives a shit about Gonçalo’s ordeal?

Ora bem

A odisseia acabou. Já disponho, no meu doce lar, de internet uairelésse, de televisão por cabo e de telefone fixo. O assunto foi resolvido por um técnico (desta vez) qualificado, pertencente à Visabeira (subcontratada da PT), o qual, durante o processo de instalação, aproveitou para se queixar do estado de constante embriaguez do «chefe» e da revolta dos subordinados que, como ele, não estão para «aturar bêbados» (sic).

Não tenho, por isso, mais desculpas para não escrever aqui umas (doutas) palavras sobre (não necessariamente por esta ordem embora expostos por ordem de importância):

a) A cisão no 5 Dias;
b) O comentário do Tiago Cavaco sobre os Radiohead;
c) O novo livro de Saramago;
d) O ranking das escolas, o resultado dos exames e o discurso político do Sr. Lemos;
e) A cretinice que para aí anda em torno de Manuela Ferreira Leite;
f) As eleições nos EUA e as reportagens imbecis para consumo das finas consciências europeias.

Até já.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Olha...

... o Ivan nunca me linkou.

Olha...

...o 'Casanova' mantém-me linkado.

Olha...

...a Charlotte deslinkou-me.

Olha...

... o Pedro Mexia deslinkou-me.

sábado, outubro 25, 2008

O comando ainda não é MEO

Ainda aguardo a instalação do MEO chez moi. A coisa dura há cerca de um mês. Há cerca de uma semana, tive em casa um senhor da Visabeira, que pegou ao trabalho às 15h e só nos deixou por volta das 00:30 do dia seguinte. O diálogo seguinte deu-se por volta das 23:30, com os personagens sentados cada um na sua cadeira:

Eu: Pois é...
Senhor da Visabeira: É verdade...
A minha mulher: ...
Eu: Então e o senhor é daqui?
Senhor da Visabeira: Não, não. Sou do Norte.
A minha mulher: Ainda regressa a casa hoje?
Senhor da Visabeira: Não, não. Estamos todos a dormir num estaleiro em Estremoz.
Eu: Estou a ver... E a ligação: está difícil, não?
Senhor da Visabeira: Faltam-me as chaves de uma caixa no exterior.
Eu: Ah...
Senhor da Visabeira: Sabe, hoje é o primeiro dia que trabalho sozinho, por minha conta.
Eu: Não me diga...
Senhor da Visabeira: O meu colega - que está ali noutra obra - deve estar a chegar com as chaves.
Eu: Óptimo, óptimo...

(três quartos de hora depois)

Senhor da Visabeira (ao telefone): Então pá?! Onde estás? Ah... Sim, estou a ver. Ok. (desliga o telefone) Olhe, peço desculpa mas o meu colega esqueceu-se de mim. Venho cá amanhã.

Penso que vai ser na próxima terça-feira, a fazer fé nos senhores da PT, nos senhores da Visabeira e no comunicado mental emitido por Santa Dinfna, padroeira dos loucos, epilépticos, endemoninhados, possessos e sonâmbulos.

(Escrito a partir do computador pessoal de um casal amigo. E caridoso.)

Será?

Emprestaram-me este disco, anunciando-o como "o disco do ano". Irei investigar.

sábado, outubro 18, 2008

Retalhos da vida de um blogger português em trânsito

Caos (1)
q-saturação

Caos (2)
q-caos

Improviso
q-improviso

Caos com gata
q-didas3

Esteve para ser cozinhada
q-didas

Gata com ar de quem acha o Rouse um chato
q-didas2

Objectos pendurados
q-hall

terça-feira, outubro 14, 2008

Se o BE sabe disto...

- Where do you live?
- I told you. With my mother.
- Where does she live?
- 179 th Strett, in the Bronx.
- All right. I’ll take you to the subway.
- Like hell you will! You’ll buy me a cab.
- Why do all you dames live in the Bronx?
- You bring other girls up here?!
- Certainly not. I’m a happily married man.

In The Apartment

wilder

segunda-feira, outubro 13, 2008

Friends, Romans, countrymen

Caros leitores/amigos/senhores da ERC, do SIS e do SPAM:

O endereço carlosccc@mail.telepac.pt vai ser desactivado.

A partir de amanhã, devem endereçar os vossos insultos para:

carloscccarapinha[at]gmail.com

Muito obrigado.

sábado, outubro 11, 2008

Ando tão cansado...

...mas, ainda assim, consegui ler, na íntegra, o mais recente número da Standpoint, que se vende em Évora por 10,50 euros (e em Lisboa?). A ilustração na capa é do «nosso» André Carrilho. A mudança, essa, está quase pronta. Eu e o meu amor temo-nos esforçado para pôr o Rossio na Bestesga.

October

terça-feira, outubro 07, 2008

Oiçam

Caros leitores

(revista, actualizada, aumentada)

Há mais de três semanas que me encontro em PMCEC: Processo de Mudança de Casa Em Curso. Significa isto que vai para mais de um mês (deu-se antes da mudança) que: não tenho internet em casa (ou, neste caso, entre casas), não tenho televisão, não compro jornais, revistas e comidinha decente (o que me salva são as hortaliças e a fruta com bicho do Ti Chico Quarenta, que os meus pais trazem de Redondo). Ou seja, passei a ser um homem feliz. Paulson? Não sei quem é. Seja como for, não tenho tido oportunidade para blogar nada de jeito (o que, bem vistas as coisas, não deixa de se coerente com o que tenho por aqui escrito). Para além do supracitado, comprei o livro do Miguel Esteves Cardoso e, meus amigos, tenho tido horas e horas e horas de prazer, entremeadas com o sufoco de fazer furos em azulejos. Horas de um prazer raro, próprio de quem está a ler o seu mais querido escritor, a quem se deve mundos e fundos (e na verdade o Miguel Esteves Cardoso é o meu maior credor). Até lhe devo o facto de poder, agora, deitar fora os DNA que religiosamente guardei. Mais espaço para acumular outra coisa qualquer. Certo é que dou por mim a reler em voz alta o que acabei de ler para auditórios improváveis: gente com que me cruzo na rua, na fila da repartição de Finanças, na esplanada, no banco, etc. Até ao meu cão e à minha gata. A gata ronrona, o cão limita-se a observar-me com o ar mais complacente do mundo. A propósito de Finanças, deixei de pagar impostos. Como a «Administração Fiscal» (adoro esta expressão) me deve dinheiro há precisamente um ano, três meses, quatro dias, cinco horas e dezassete minutos, mandei dizer para fazer encontro de contas. Até à data, não me responderam (como nunca responderam aos meus emails anteriores). É gente prática, para quem o envio de uma resposta é perda de tempo (mesmo que furem o estabelecido no art.º 67 da Lei Geral Tributária). Se me penhorarem alguma coisa, sou capaz de ir viver para o campo.

Mais notícias minhas só a partir de dia 15, altura em que o senhor do MEO terá deixado a casa apetrechada de coisas fantásticas que, invariavelmente, me vão atirar para aquele tristeza e rotina tão familiares. Ai Larkin, Ai Proust...

Abraços,

C.
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