Caros leitores
(revista, actualizada, aumentada)
Há mais de três semanas que me encontro em PMCEC: Processo de Mudança de Casa Em Curso. Significa isto que vai para mais de um mês (deu-se antes da mudança) que: não tenho internet em casa (ou, neste caso, entre casas), não tenho televisão, não compro jornais, revistas e comidinha decente (o que me salva são as hortaliças e a fruta com bicho do Ti Chico Quarenta, que os meus pais trazem de Redondo). Ou seja, passei a ser um homem feliz. Paulson? Não sei quem é. Seja como for, não tenho tido oportunidade para blogar nada de jeito (o que, bem vistas as coisas, não deixa de se coerente com o que tenho por aqui escrito). Para além do supracitado, comprei o livro do Miguel Esteves Cardoso e, meus amigos, tenho tido horas e horas e horas de prazer, entremeadas com o sufoco de fazer furos em azulejos. Horas de um prazer raro, próprio de quem está a ler o seu mais querido escritor, a quem se deve mundos e fundos (e na verdade o Miguel Esteves Cardoso é o meu maior credor). Até lhe devo o facto de poder, agora, deitar fora os DNA que religiosamente guardei. Mais espaço para acumular outra coisa qualquer. Certo é que dou por mim a reler em voz alta o que acabei de ler para auditórios improváveis: gente com que me cruzo na rua, na fila da repartição de Finanças, na esplanada, no banco, etc. Até ao meu cão e à minha gata. A gata ronrona, o cão limita-se a observar-me com o ar mais complacente do mundo. A propósito de Finanças, deixei de pagar impostos. Como a «Administração Fiscal» (adoro esta expressão) me deve dinheiro há precisamente um ano, três meses, quatro dias, cinco horas e dezassete minutos, mandei dizer para fazer encontro de contas. Até à data, não me responderam (como nunca responderam aos meus emails anteriores). É gente prática, para quem o envio de uma resposta é perda de tempo (mesmo que furem o estabelecido no art.º 67 da Lei Geral Tributária). Se me penhorarem alguma coisa, sou capaz de ir viver para o campo.
Mais notícias minhas só a partir de dia 15, altura em que o senhor do MEO terá deixado a casa apetrechada de coisas fantásticas que, invariavelmente, me vão atirar para aquele tristeza e rotina tão familiares. Ai Larkin, Ai Proust...
Abraços,
C.
Há mais de três semanas que me encontro em PMCEC: Processo de Mudança de Casa Em Curso. Significa isto que vai para mais de um mês (deu-se antes da mudança) que: não tenho internet em casa (ou, neste caso, entre casas), não tenho televisão, não compro jornais, revistas e comidinha decente (o que me salva são as hortaliças e a fruta com bicho do Ti Chico Quarenta, que os meus pais trazem de Redondo). Ou seja, passei a ser um homem feliz. Paulson? Não sei quem é. Seja como for, não tenho tido oportunidade para blogar nada de jeito (o que, bem vistas as coisas, não deixa de se coerente com o que tenho por aqui escrito). Para além do supracitado, comprei o livro do Miguel Esteves Cardoso e, meus amigos, tenho tido horas e horas e horas de prazer, entremeadas com o sufoco de fazer furos em azulejos. Horas de um prazer raro, próprio de quem está a ler o seu mais querido escritor, a quem se deve mundos e fundos (e na verdade o Miguel Esteves Cardoso é o meu maior credor). Até lhe devo o facto de poder, agora, deitar fora os DNA que religiosamente guardei. Mais espaço para acumular outra coisa qualquer. Certo é que dou por mim a reler em voz alta o que acabei de ler para auditórios improváveis: gente com que me cruzo na rua, na fila da repartição de Finanças, na esplanada, no banco, etc. Até ao meu cão e à minha gata. A gata ronrona, o cão limita-se a observar-me com o ar mais complacente do mundo. A propósito de Finanças, deixei de pagar impostos. Como a «Administração Fiscal» (adoro esta expressão) me deve dinheiro há precisamente um ano, três meses, quatro dias, cinco horas e dezassete minutos, mandei dizer para fazer encontro de contas. Até à data, não me responderam (como nunca responderam aos meus emails anteriores). É gente prática, para quem o envio de uma resposta é perda de tempo (mesmo que furem o estabelecido no art.º 67 da Lei Geral Tributária). Se me penhorarem alguma coisa, sou capaz de ir viver para o campo.
Mais notícias minhas só a partir de dia 15, altura em que o senhor do MEO terá deixado a casa apetrechada de coisas fantásticas que, invariavelmente, me vão atirar para aquele tristeza e rotina tão familiares. Ai Larkin, Ai Proust...
Abraços,
C.
4 Comentários:
Beijos :-)
Que brilhante ‘pupilo’ do excelso Miguel Esteves Cardoso!
Que filme, a um tempo vertiginoso e tranquilo, aqui esmerou.
E que vontade de apagar também o mundo, sem sequer ter essa razão (de mudança), para reencontrar o sossego.
Todo o excesso é penalizado.
Aproveite enquanto a invasão está contida.
Escrevendo, se possível…
Felicidades para a vida na nova casa, porém creio que fazer furos no azulejo sejam o sufoco... Como gostava eu de tempo e disposição para isso...
Bem vindo ao MEO
Olá rapaz,
Já tinha sabido da tua mudança de casa... já terminou?... A ver se nos vemos em Dezembro, num dos feriados desço à velha Urbe. Estarás por lá?
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