E é tudo o que tenho a dizer sobre o assunto
Pessoas que preferem o governo de José Sócrates ao governo de Passos Coelho. Pessoas que acreditam que o PEC IV teria evitado a situação de pré-bancarrota e que o derrube do anterior governo, após a apresentação do PEC IV, foi uma golpada sem justificação (e que, isso sim, conduziu o país ao resgaste). Pessoas que, no interior do PS ou fora dele, acreditam que, comparativamente e em perspectiva, o governo de José Sócrates foi o melhor (ou o menos mau) e mais reformista governo desde o 25 de Abril (ou pelo menos dos últimos 20 anos), mesmo que lhe reconheçam publicamente os defeitos ou vícios. Pessoas que acreditam que as reformas encetadas no governo de José Sócrates, não só foram úteis e muito importantes (com consequências no longo prazo), como foram minadas (então) e estão a ser desvalorizadas (agora). Pessoas que, militantes ou não do PS, defenderam o partido e o seu secretário-geral com unhas-e-dentes, durante as campanhas eleitorais em que José Sócrates participou, nalguns casos pisando o risco de uma certa ideia de equilíbrio (da mesma forma que os seus detractores pisaram esse mesmo risco). Pessoas que acreditam que a generalidade dos indicadores económicos e sociais tiveram um impulso (positivo e nalguns casos impar) durante os governos de José Sócrates, e que a eventual deterioração deste ou daquele indicador teve origem na crise financeira internacional. Pessoas que abominam quem tenta denegrir a imagem dos governos de José Sócrates, e que acreditam que está em curso, de há um ano e meio para cá, uma campanha de descrédito do anterior governo (como o caso do relatório do FMI, que pretendeu escurecer um passado recente). Pessoas para quem um estilo ferino ou quezilento, é questão secundária ou sinónimo de combatividade.
Pessoas que têm medo de assumir tudo isto, apesar de o praticarem insinuada ou assertivamente: nos jornais, nas redes sociais, na televisão, nas conversas entre amigos. Não só agora, como de há muito tempo para cá. Este medo ou esta hesitação, incompreensível já que não se trata de crime, nem encerra a defesa do «diabo» ou uma qualquer fraqueza de ordem moral ou intelectual, reflecte, também, a ‘malaise’ socialista. Para o bem e para o mal, haja ou não consequências na opinião pública, o PS e os seus apoiantes deviam assumir estas convicções, sair do armário, dizê-lo sem complexos ou medos. A maior parte já o faz, mas timidamente. Com tibieza. A medo. Quando isso lhes apontado, fogem, negam, ofendem-se. Sentem-se acossadas. Juram que não. Julgam que podem disfarçar a simpatia ou a militância (seja ela formal ou informal). Julgam que ninguém ainda reparou no que dizem e como o dizem. Julgam que, se o fizerem, prejudicam uma putativa aura de imparcialidade (como se simpatias políticas públicas e assumidas, escondessem vícios privados ou fossem sinónimo de descredito profissional), que supostamente as acompanha.
Porquê? Com que necessidade? Onde está o mal? Qual é o problema? Talvez esta fosse, também, uma forma de normalizar a imagem de José Sócrates na história recente do país. O homem não foi um bicho, os seus governos não destruíram um país que era um brinquinho.
Foi disto, aliás, que tentei falar no meu anterior post. Nada mais, nada menos.
Desculpem a falta de jeito.
Pessoas que têm medo de assumir tudo isto, apesar de o praticarem insinuada ou assertivamente: nos jornais, nas redes sociais, na televisão, nas conversas entre amigos. Não só agora, como de há muito tempo para cá. Este medo ou esta hesitação, incompreensível já que não se trata de crime, nem encerra a defesa do «diabo» ou uma qualquer fraqueza de ordem moral ou intelectual, reflecte, também, a ‘malaise’ socialista. Para o bem e para o mal, haja ou não consequências na opinião pública, o PS e os seus apoiantes deviam assumir estas convicções, sair do armário, dizê-lo sem complexos ou medos. A maior parte já o faz, mas timidamente. Com tibieza. A medo. Quando isso lhes apontado, fogem, negam, ofendem-se. Sentem-se acossadas. Juram que não. Julgam que podem disfarçar a simpatia ou a militância (seja ela formal ou informal). Julgam que ninguém ainda reparou no que dizem e como o dizem. Julgam que, se o fizerem, prejudicam uma putativa aura de imparcialidade (como se simpatias políticas públicas e assumidas, escondessem vícios privados ou fossem sinónimo de descredito profissional), que supostamente as acompanha.
Porquê? Com que necessidade? Onde está o mal? Qual é o problema? Talvez esta fosse, também, uma forma de normalizar a imagem de José Sócrates na história recente do país. O homem não foi um bicho, os seus governos não destruíram um país que era um brinquinho.
Foi disto, aliás, que tentei falar no meu anterior post. Nada mais, nada menos.
Desculpem a falta de jeito.
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