Actualizar a República (comic relief)
Parece que os artistas do regime querem agora mudar ou actualizar o busto da República. É, supostamente, antiquado. O meu conselho: querem mudar a imagem da República, comecem por mudar a bandeira. Aquele vermelho e aquele verde juntinhos são uma das maiores tragédias portuguesas dos últimos cem anos. Nenhum povo pode ser verdadeiramente feliz quando tem que envergar aquelas cores. Nenhum país pode medrar ou ser levado a sério quando tem para apresentar ao mundo e às novas gerações aquela histeria cromática. Propunha, por exemplo, o monárquico e respeitável branco e azul. De seguida, o hino: "às armas, às armas"? Please. Enfim, o busto pode esperar.
1 Comentários:
Olá Carlos Carapinha vou-te enviar uma história à la "MacGuffin", depois apresento-me...
Para quem gosta de festas, os 100 anos da república portuguesa comemorados durante este ano, 2010, faz lembrar a festa da "matança do porco" que se realiza um pouco por todo o nosso país, nomeadamente nas aldeias do Norte, Beiras e até no Alentejo. Os galegos falam na "Matanza" como sendo a festa rainha da família, amigos e comunidade.
Por cá, a preparação da matança é organizada uma semana antes do evento, contratam-se os homens para pegar nas pernas do porco, trata-se com o matador, que traz os seus próprios cutelos e facalhão fendido para atravessar o gasganete do suíno e deixar passar o sangue para o alguidar.
O dia escolhido da matança deverá ser frio, seco e de preferência antes do carnaval, porque depois entra a quaresma e jejum. A hora da golpada será bem cedo pela alvorada.
As crianças poderão assistir à festa desde que não chorem o porco, se não sofre mais e não morre.
O espectáculo que segue a facada final é de luz, fogo e palha a arder para "escalpelar" o courato do russo e assim fortalecer a couraça da tora, pás e presuntos.
A paga pelos préstimos e serviços do matador e homens de apoio é efectuada em géneros de sarrabulho da própria vitima, o porco, e após a desmancha final para se obter rojões. A saber, tripa farinheira, bolacho, verde, fígado, rim, boche e rojão.
Esta festa dura cerca de uma semana após o óbito do bicho, o que significa apanhar um ar "tresandabundo" a vísceras, sangue e carne durante pelo menos 7 dias.
Voltando ao assunto da república, se bem se lembram, foi preparada a "matança" uns anos antes, aí por 31 de Janeiro, antes do carnaval, portanto.
Aí por 2 de Fevereiro, uns anos após o preparo, mas antes do carnaval, foi dada a golpada sangrenta sobre um português, em solo português, por matador português e com homens de apoio portugueses.
Como bons portugueses que somos, e gostamos de festas bravas, levamos a família toda para a "matança" e nos anos seguintes comemoramos a mesma com o mesmo ritual e pedindo às crianças para não chorar porque senão o "bicho" o tal português objecto da matança não morre.
Assim e após cem anos mais dois, da celebre facalhada, o nosso país continua a fraternal tradição de a comemorar com fogo e luz, tripas e bolachos, muito sarrabulho e 10 milhões de euros a distribuir pelo matador e homens de apoio.
Viva a tradição.
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