Vamos com calma, ok?
Comentário de Mafalda Sousa a este post, que trago para o big screen:
Não, Mafalda, não quero saber só do mundo ocidental e de Israel, embora reconheça que me preocupo um pouquinho mais com o mundo ocidental e com Israel do que, por exemplo, com o Irão (embora isto seja paradoxal já que o futuro de Israel passa também pelo seu relacionamento com o Irão). E não, Mafalda, por mim não faria o que supostamente atribuis a McCain. Aliás, nem sei se McCain o disse assim, out of the blue, sem sombra de contexto. Sim, Mafalda, tendo cada vez mais a ser um redutor no que ao pensamento diz respeito (só ao pensamento? estou a ser simpático). É da idade. Cinismo? Talvez. Mas entende-me, Mafalda: as minhas reticências e o meu cepticismo vão inteirinhos para a forma como se tem observado Moussavi, a ocidente, e para a forma como toda a gente está absolutamente convicta de que houve irregularidades de montante decisivo para alterar os resultados da eleição. Isso não significa, e só um idiota o poderia inferir, que eu cauciono a repressão sobre os manifestantes e os jornalistas, e que discordo do desejo de mais liberdade e mais justiça por parte dos manifestantes e do candidato derrotado (por entre os que se manifestam por razões que não estas). Simplificando, e concluindo, eis o meu pensamento sobre o assunto explicado às criancinhas: a) não tenho respeito nenhum por Ahmadinejad; b) deploro o regime iraniano; c) não ponho as mãos no lume por Moussavi; d) a violência a que estamos a assistir é própria daqueles regimes, logo previsível, logo «natural». Qualquer outra conclusão que tentes retirar do que eu escrevi – de tipo belicista ou neo-conservador – é pura invenção. Tua, não minha. Obrigado pelo teu comentário.
Mas consegues entender que o que se saúda é a coragem dos milhares que se manifestam contra aquele regime? Que o que se tenta nas constantes referências em blogues e jornais é dar voz a essa gente? Não é se Moussavi é um santo ou se o outro pobre diabo é uma besta. Isso é cinismo, pareces-me bem mais inteligente do que isso. Sei que pouco te importa se é Moussavi ou o Ahmadinejad que seja eleito, porque tu não podes é com aquele país. Por ti fazia-se como dizia o McCain e "bomb bom bomb Iran". Queres é saber do mundo ocidental e de Israel. E tudo bem, é legítimo. Convenhamos é que é um pensamento muito redutor. Ignorar o Irão no panorama político internacional (seja com Ahmadinejad ou o Moussavi) é de idiota (veja-se que avanços imensos foram feitos por Bush).
Mafalda Sousa
Não, Mafalda, não quero saber só do mundo ocidental e de Israel, embora reconheça que me preocupo um pouquinho mais com o mundo ocidental e com Israel do que, por exemplo, com o Irão (embora isto seja paradoxal já que o futuro de Israel passa também pelo seu relacionamento com o Irão). E não, Mafalda, por mim não faria o que supostamente atribuis a McCain. Aliás, nem sei se McCain o disse assim, out of the blue, sem sombra de contexto. Sim, Mafalda, tendo cada vez mais a ser um redutor no que ao pensamento diz respeito (só ao pensamento? estou a ser simpático). É da idade. Cinismo? Talvez. Mas entende-me, Mafalda: as minhas reticências e o meu cepticismo vão inteirinhos para a forma como se tem observado Moussavi, a ocidente, e para a forma como toda a gente está absolutamente convicta de que houve irregularidades de montante decisivo para alterar os resultados da eleição. Isso não significa, e só um idiota o poderia inferir, que eu cauciono a repressão sobre os manifestantes e os jornalistas, e que discordo do desejo de mais liberdade e mais justiça por parte dos manifestantes e do candidato derrotado (por entre os que se manifestam por razões que não estas). Simplificando, e concluindo, eis o meu pensamento sobre o assunto explicado às criancinhas: a) não tenho respeito nenhum por Ahmadinejad; b) deploro o regime iraniano; c) não ponho as mãos no lume por Moussavi; d) a violência a que estamos a assistir é própria daqueles regimes, logo previsível, logo «natural». Qualquer outra conclusão que tentes retirar do que eu escrevi – de tipo belicista ou neo-conservador – é pura invenção. Tua, não minha. Obrigado pelo teu comentário.
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