Eu também tenho uns passivos tóxicos
Miguel Esteves Cardoso in Público (17/06/2009)
Quanto pior, melhor
No PÚBLICO de ontem, quem conseguisse arrancar os olhos do estonteante fulgor avelã dos cabelos de Vítor Constâncio - adeus, Julia Roberts - repararia que o governador do Banco de Portugal, quando o picam, nem sempre fala português mas faz sugestões interessantes.
Para receber os activos tóxicos do BPN, Vítor Constâncio vai mandar criar um tal bad bank. Este banco mau, qual esponja da Vileda, vai absorver todas as dívidas venenosas do BPN. Assim o BPN ficará limpinho e reluzente e poderá ser posto à venda. (Mesmo assim, aviso já que não serei eu que o vou comprar).
Chupar o veneno do BPN parece boa acção. Então porque é que lhe chamam mau banco? Deve ser como repreender um cãozinho que se porta mal. É preciso dizer "Mau cão!" mas ele sabe que o adoramos. Quando é que vai abrir este banco mau? É que estou ansioso para abrir lá uma conta. Até me disponho a aparecer num anúncio e tudo: "Sim, sou cliente do Banco Granda Merda!"
Pergunto se falta muito para se inaugurar o BGM porque tenho entre mãos um portefólio de activos tóxicos da minha lavra que eu gostaria de transferir para lá.
Por mim, atendendo ao montante das minhas dívidas, até podia ser um péssimo banco. Suponho que, quanto mais toxinas absorver, pior terá de ser o banco. Ou será preciso criar depois um really bad bank para chupar o buraco do merely bad bank? Que venha também!
Também não percebo nada de finanças mas sei quando um negócio me convém, ai nanas.
2 Comentários:
A mim também me agradava a rápida criação desse banco mau. É que ando com muitas dúvidas se aquele em que guardo as minhas alforrecas será bom...
Sim, sou cliente do Banco Granda Merda!"
Brilhante!
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