SOBRE O EXPRESSO
A propósito dos meus comentário sobre o Expresso, o meu amigo JMF escreveu o seguinte:
”Há anos que amigos meus me dizem o mesmo: o Expresso não vale nada; está cada vez mais conformista; os editoriais são do mais maneirinho que há e o JAS só escreve "o óbvio ululante". Bem, a verdade é que o Expresso se mantém à tona e à frente dos demais semanários. E a tua catilinária contra o jornal, chama logo a atenção para a pergunta: e o resto?! O Independente chega-lhe aos pés?! A Visão é da mesma divisão? Tirando esses dois, é a apagada e vil tristeza do marasmo do costume. O Diabo que gosto de folhear por causa do trabalho de oposição que procura fazer, ainda traz o labéu dos tempos do PREC em que era considerado quase uma folha subversiva, ao serviço da "reacção". É incrível como as pessoas guardam tanto tempo esses arquétipos e nem sequer se dão ao mínimo esforço de reparar que a direcção do jornal já mudou várias vezes...”
Como deves ter reparado, eu não comparei o Expresso à Visão ou ao Independente. A desproporção de meios e as diferentes abordagens não dão espaço para estabelecer grandes comparações. O que eu digo, e repito, é que, para mim, o Expresso é um jornal perfeitamente dispensável.
Todas as semanas recebo, por correio, a The Economist e a Spectator. Uma vez por mês a Literary Review. Compro diariamente o Público (para mim a referência em matéria de diário) e às Sextas, Sábados e Domingos, o Diário de Notícias. Uma vez por semana o Indy. Viajo na net pelo Daily Telegraph, Andrew Sullivan, Arts & Letters, New York Observer e New Republic. Caro JMF, eu pergunto: para quê comprar o Expresso?
Para notícias e infomação factual, nada bate os diários, e neste caso o Público e o DN. Em matéria de opinião, não vejo, sinceramente, nenhum opinon maker no Expresso que preencha o tipo de critério que Raymond Carver atribuía a uma boa short-story: to leave the reader’s body temperature a degree higher or lower than when the book was opened. Para esse efeito não dispenso o Independente e, mais uma vez, o Público (não falo no DN porque o VPV não é o DN e vice-versa).
Com toda a sinceridade, e sem qualquer tipo de rancor ou preconceito, acho o Expresso um mito. Falha onde os outros falham e deixa muito a desejar em termos de cobertura jornalística. É o verdadeiro semanário mainstream: não é peixe, nem carne; não é mau, nem bom (antes pelo contrário ou, como diria um amigo meu, é «bonzinho»); tem muita parra, mas pouca uva. Em último caso, é óptimo para forrar o chão da sala quando toca a pinturas.
Um abraço ao JMF.
A propósito dos meus comentário sobre o Expresso, o meu amigo JMF escreveu o seguinte:
”Há anos que amigos meus me dizem o mesmo: o Expresso não vale nada; está cada vez mais conformista; os editoriais são do mais maneirinho que há e o JAS só escreve "o óbvio ululante". Bem, a verdade é que o Expresso se mantém à tona e à frente dos demais semanários. E a tua catilinária contra o jornal, chama logo a atenção para a pergunta: e o resto?! O Independente chega-lhe aos pés?! A Visão é da mesma divisão? Tirando esses dois, é a apagada e vil tristeza do marasmo do costume. O Diabo que gosto de folhear por causa do trabalho de oposição que procura fazer, ainda traz o labéu dos tempos do PREC em que era considerado quase uma folha subversiva, ao serviço da "reacção". É incrível como as pessoas guardam tanto tempo esses arquétipos e nem sequer se dão ao mínimo esforço de reparar que a direcção do jornal já mudou várias vezes...”
Como deves ter reparado, eu não comparei o Expresso à Visão ou ao Independente. A desproporção de meios e as diferentes abordagens não dão espaço para estabelecer grandes comparações. O que eu digo, e repito, é que, para mim, o Expresso é um jornal perfeitamente dispensável.
Todas as semanas recebo, por correio, a The Economist e a Spectator. Uma vez por mês a Literary Review. Compro diariamente o Público (para mim a referência em matéria de diário) e às Sextas, Sábados e Domingos, o Diário de Notícias. Uma vez por semana o Indy. Viajo na net pelo Daily Telegraph, Andrew Sullivan, Arts & Letters, New York Observer e New Republic. Caro JMF, eu pergunto: para quê comprar o Expresso?
Para notícias e infomação factual, nada bate os diários, e neste caso o Público e o DN. Em matéria de opinião, não vejo, sinceramente, nenhum opinon maker no Expresso que preencha o tipo de critério que Raymond Carver atribuía a uma boa short-story: to leave the reader’s body temperature a degree higher or lower than when the book was opened. Para esse efeito não dispenso o Independente e, mais uma vez, o Público (não falo no DN porque o VPV não é o DN e vice-versa).
Com toda a sinceridade, e sem qualquer tipo de rancor ou preconceito, acho o Expresso um mito. Falha onde os outros falham e deixa muito a desejar em termos de cobertura jornalística. É o verdadeiro semanário mainstream: não é peixe, nem carne; não é mau, nem bom (antes pelo contrário ou, como diria um amigo meu, é «bonzinho»); tem muita parra, mas pouca uva. Em último caso, é óptimo para forrar o chão da sala quando toca a pinturas.
Um abraço ao JMF.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial