Ainda a renovação
Carlos Abreu Amorim, Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Ramos (cada um no seu estilo e por razões distintas) falam da suposta «falta de renovação nas listas do PSD» (frase que já foi institucionalizada e é agora insofismável) como se uma agremiação de renovadores estivesse ali, à disposição da líder, pronta a servir gloriosamente o país, e que esta, por pirraça e amiguismo, recusa cuidar, ou, por estupidez, notar. Seria, também, interessante discutir até que ponto os supostos ou elencáveis «renovadores» (que ainda ninguém disse quem são) estavam disponíveis na hora do convite. Esta gente fala como se nos partidos, em Portugal – sobretudo os do «centrão» - fizesse fila um bando de bravos e fantásticos «renovadores», aguardando a ordem do chefe para se caucionarem ao partido e à vida política - e, com isso, servirem o povo até à glória final. Vivemos tempos em que, como diz a vox populi (e eu acredito sempre na vox populi), os melhores fugiram do bordel, não fossem acabar queimados «lá dentro». É demasiado óbvio para o referir mas, perante a celeuma e a desilusão, é bom recordar que as listas – todas as listas – são sempre as «possíveis» e não as «ideais» ou as que cada um desejava na sua cabecinha. Não vejo onde é que as actuais listas do PSD diferem, em qualidade ou nível de «renovação» (para pior, entenda-se), das do PS ou do próprio PSD, de há quatro, sete ou dez anos atrás (e com isto não pretendo sonegar a recorrente baixa qualidade das listas).
De resto, compor listas eleitorais, actualmente, não será propriamente pêra doce: entre separar o trigo do joio, aceitar resignadamente recusas e desilusões, gerir pressões, amansar as «bases», acalentar lealdades e incutir um pingo de coesão ao bando, é empresa complexa e árdua. Eles fariam melhor? Estou certo que sim. Mas pagava para ver.
De resto, compor listas eleitorais, actualmente, não será propriamente pêra doce: entre separar o trigo do joio, aceitar resignadamente recusas e desilusões, gerir pressões, amansar as «bases», acalentar lealdades e incutir um pingo de coesão ao bando, é empresa complexa e árdua. Eles fariam melhor? Estou certo que sim. Mas pagava para ver.
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