Alfred
Charlotte: os diálogos são, de facto, fabulosos. Aliás, poder-se-ia dizer que em Hitchcock houve sempre duas coisas (para além de tantas outras…) que funcionaram de forma impecável: diálogos e silêncios. Em relação aos diálogos, coloquei, em tempos, excertos de duas conversas absolutamente divinais: entre o Sr. Thornhill e a Miss Eve e entre o Sr. Jefferies e a Sra. Dona Stella (a Thelma Ritter é de estalo). E já que falas nisso, é verdade que Hitchcock sempre apreciou revelar para a plateia o assassino e deixar na ignorância as restantes personagens. Acho que foi ao Truffaut que ele referiu que essa opção acabava por espicaçar o suspense: uma coisa é estarmos na dúvida - whodunnit - outra é sabermos que o pulha anda ali à solta e nós – informados – nada podemos fazer para avisar os coitados que estão à mercê do dito. Sorte a tua com esse clube de vídeo: na província há um apego cego à «contemporaneidade» que deixa de fora qualquer filme realizado há mais de cinco anos. E essa sessão dupla: quem é que disse que a RTP era desprezível, hã? (se calhar fui eu, que tenho uma propensão para declarações absurdamente definitivas). Votos de boas sessões (com o Hitchcock estão garantidas).
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