Sem sombra de dúvida
A Charlotte anda a redescobrir (ou a descobrir) os Hitchcock. Quase todos. Faz muitíssimo bem. Dificilmente se poderá encontrar empresa mais adequada para passar em grande o estio, longe da maralha e do banzé que, por estes dias, rumou para os Algarves. Gostaria, contudo, de fazer um pequeno reparo: Frenzy e Shadow of a Doubt não podem nunca, jamais, ter a mesma pontuação, mesmo que se diga que um é mais nove que outro, por via ou não de umas maminhas (um maroto, este Hitchcock). Shadow of a Doubt é portentoso. O próprio Hitchcock mais do que uma vez se referiu a este filme como um dos seus preferidos. O suspense da descoberta do segredo do uncle Charlie (uma espécie de alegoria para a perda da inocência), levado à cena pela constante intermitência entre os dois Charlies (o excelente Cotten e a não menos brilhante Teresa Wright), foi um dos momentos altos de toda a filmografia Hitcockiana. Dos menos conhecidos, recomendava-lhe Lifeboat (sobre o qual em tempos escrevi umas insignificâncias), realizado um ano após Shadow of a Doubt, e, obviamente, essa deliciosa comédia, tão inglesa sem o ser, chamada The Trouble With Harry (ainda estou para saber onde é este rapaz soube que o Dr. Greenbow estava a ler um soneto de Shakespeare quando tropeçou no Sr. Harry).
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