Aos 60 anos, a ingenuidade
Marcelo Rebelo de Sousa apela à paz no interior do PSD. Sugere, mesmo, um pacto de «unidade interna» (a expressão é minha, peço desculpa) para que o partido se concentre nos próximos desafios eleitorais, através, presumo eu, da suspensão momentânea do folguedo em que se vão envolvendo as mais proeminentes figuras (internamente proeminentes, diga-se) do partido, vai para três anos (após a derrota do menino guerreiro). Marcelo Rebelo de Sousa sugere e aconselha que figuras como Marco António Costa, Passos Coelho, Ribau Esteves, Alberto João Jardim ou Luís Filipe Menezes (só para citar a nata), sosseguem a verve, controlem os nervos, invoquem o sentido de responsabilidade e evitem as «críticas» (eufemismo para «conluio»). Em suma, que ponham termo à diversão.
Nobre e louvável proposta, a do professor. Acontece que, por distracção ou ingenuidade, o Prof. Marcelo não reparou num pormenor: em Portugal, partido apaziguado ou normalizado é sinónimo de: a) partido no poder; ou b) partido sem ambições de poder. Além disso, os nomes supracitados não devem muito à paciência, à discrição e ao bom senso. Maquiavel explicar-lhe-ia isto, não estivesse a cumprir as suas funções no inferno há mais de 480 anos.
Nobre e louvável proposta, a do professor. Acontece que, por distracção ou ingenuidade, o Prof. Marcelo não reparou num pormenor: em Portugal, partido apaziguado ou normalizado é sinónimo de: a) partido no poder; ou b) partido sem ambições de poder. Além disso, os nomes supracitados não devem muito à paciência, à discrição e ao bom senso. Maquiavel explicar-lhe-ia isto, não estivesse a cumprir as suas funções no inferno há mais de 480 anos.
2 Comentários:
Eminente discípulo de Maquiavel, o professor sabe disso.
E nós sabemos que ele sabe.
Toda a gente tem bem noção.
Maior ilusionista (embora já conheçamos as voltas da sua prestidigitação) não existe. Enquanto apela, ri-se tanto que até se ouve.
(e não é que se sente o veneno a escorrer?...)
Está a nu há anos.
Nunca chegará onde desejaria.
Às vezes, os eleitores são tão tontos quanto lhes apetece.
(com todo o respeito)
Maquiavel explicar-lhe-ia isto, não estivesse a cumprir as suas funções no inferno há mais de 480 anos.
Como é seu costume - quando não escreve em estrangeiro (just kidding) – o seu comentário está muito bem escrito e dum humor e fineza queirosiana. Mas não creio que Maquiavel seja a pessoa indicada para explicar o problema que sugere. Maquiavélicos são eles (os citados) quanto baste. O problema é infantilismo, por isso eles estão ainda muito longe da fase maquiavélica. Talvez Freud, ou então Theodore Dalrymple…
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