Está a perder-se um grande escritor
A avaliar pela argumentação retorcidamente fantasiosa, pela prosa a espaços mística e pela capacidade de contornar a realidade rumo à ficção, temo que o mundo assista ao definhar de um talento. O mundo tem no Daniel Oliveira um escritor de qualidade cujo engenho se encontra amordaçado por um sistema democrático castrador. A produtividade literária do Daniel encontra-se claramente refém de uma sociedade burguesa nos modos e liberal nos costumes. Palpita-se na sua escrita o fulgor e o vigor - quase animal - de um grande intelectual/escritor. Vivesse o nosso Daniel na louvável Venezuela, ou fosse mesmo nado e criado por terras de Bolívar, e estou certo que assistiríamos ao ressurgimento de um Orwell, de um Camus ou, quiçá, de um Milosz. Isto, claro, partindo do principio de que o nosso Daniel estaria contra o modus operandi de Chávez e a ideia que este tem do que é uma sociedade livre, próspera e equitativa, encontrando-se, por isso, num limbo existencial entre a angustia e o desespero, o qual, como sabeis, é terreno fértil para prosa de qualidade (daquela «fracturante»). Já para não falar na eventual performance pública do nosso Daniel num Eixo do Mal venezuelano, a emitir numa qualquer estação estatal, onde o direito ao contraditório é consagrado por obra e graça do Hugo.
Sim, meu caros leitores: sou um ingénuo incorrigível.
Sim, meu caros leitores: sou um ingénuo incorrigível.
Etiquetas: Opinion Makers, Paróquia
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