Urbanidade pusilânime
A Charlotte pergunta: ”Devia ter feito uma peixeirada, é isso? Teria posto esta cimeira ibero-coiso no topo da lista das cimeiras mais exciting de sempre, mas valer-lhe-ia de alguma coisa?”.
Entre a peixeirada e a pusilanimidade vai uma enorme distância. A peixeirada não é para aqui chamada, Charlotte. Zapatero gaguejou politicamente. Perante as acusações de que Aznar era um «fascista», a última coisa que Zapatero deveria ter dito era que «também» ele se encontrava nos «antípodas» de Aznar (um perfeito exagero) e que «só» exigia respeito por este ter sido democraticamente eleito pelo povo espanhol. O «também» e o «só» passaram, de imediato, à condição de omnipresentes. O que não deixa de ser lamentável. Zapatero poderia, e deveria, ter sido mais firme. E a firmeza poderia ter passado por posturas anti-peixeirada como, por exemplo, o silêncio (deixando Chávez a vociferar sozinho) e, de seguida, a apresentação de um voto de protesto à Mesa, presidida pela presidente chilena, pela atitude mal-educada e ofensiva de Chávez. «Valer-lhe-ia de alguma coisa?» Minha cara Charlotte: por vezes a atitude é já um resultado em si. Veja-se o caso do Rei Juan Carlos. Aparentemente, a sua atitude não lhe valeu de nada. A intervenção do rei não impediu Chávez de continuar a falar. Mas ficou para a posteridade. À sua maneira, Juan Carlos relembrou a Chávez que há regras e preceitos de civilidade que há que respeitar, e que as suas atitudes estão na mira do escrutínio público. Por causa do «incidente», fala-se hoje abertamente do que Chávez é (um ditador em potência) e do que Chávez não é (um verdadeiro democrata). O facto de ele ter anunciado uma «profunda revisão» das relações com Espanha (um anuncio pífio e inconsequente) é o sinal de que Chávez recebeu e percebeu o recado. A sua pueril irritação, a prova.
Entre a peixeirada e a pusilanimidade vai uma enorme distância. A peixeirada não é para aqui chamada, Charlotte. Zapatero gaguejou politicamente. Perante as acusações de que Aznar era um «fascista», a última coisa que Zapatero deveria ter dito era que «também» ele se encontrava nos «antípodas» de Aznar (um perfeito exagero) e que «só» exigia respeito por este ter sido democraticamente eleito pelo povo espanhol. O «também» e o «só» passaram, de imediato, à condição de omnipresentes. O que não deixa de ser lamentável. Zapatero poderia, e deveria, ter sido mais firme. E a firmeza poderia ter passado por posturas anti-peixeirada como, por exemplo, o silêncio (deixando Chávez a vociferar sozinho) e, de seguida, a apresentação de um voto de protesto à Mesa, presidida pela presidente chilena, pela atitude mal-educada e ofensiva de Chávez. «Valer-lhe-ia de alguma coisa?» Minha cara Charlotte: por vezes a atitude é já um resultado em si. Veja-se o caso do Rei Juan Carlos. Aparentemente, a sua atitude não lhe valeu de nada. A intervenção do rei não impediu Chávez de continuar a falar. Mas ficou para a posteridade. À sua maneira, Juan Carlos relembrou a Chávez que há regras e preceitos de civilidade que há que respeitar, e que as suas atitudes estão na mira do escrutínio público. Por causa do «incidente», fala-se hoje abertamente do que Chávez é (um ditador em potência) e do que Chávez não é (um verdadeiro democrata). O facto de ele ter anunciado uma «profunda revisão» das relações com Espanha (um anuncio pífio e inconsequente) é o sinal de que Chávez recebeu e percebeu o recado. A sua pueril irritação, a prova.
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