Honra?
“Portugal 13, Nova Zelândia 108. A honra de perder por menos de 100 pontos de diferença” in Público.
É sempre assim: quando se está na mó de cima, as vitórias são uma obsessão. O «desportivismo», o «salutar» espírito de competição, o fairplay, etc. não interessam nem ao menino Jesus. Quando, pelo contrário, se perde – mais ou menos vergonhosamente – a retórico muda: interessa sobretudo «participar», sair de campo de «cabeça erguida», demonstrar «desportivismo». E por aí fora.
Antes do jogo com a Nova Zelândia, falava-se que o objectivo era fazer melhor que a Itália. Ou seja, perder por menos. Um objectivo, já por si, ridículo. Como a coisa não se verificou, arranjou-se nova fasquia, à medida do resultado: não se perdeu por menos de 100. Caso o resultado fosse 15-214, imagino que a «honra» estaria no facto de Portugal ter perdido por menos de 200. Se o resultado fosse 1-589, o feito conducente à «honra» estaria no facto da diferença ser inferior à raiz quadrada de 350.000. E por aí fora. Falar em «honra» ou «desonra» não faz sentido. Mas se tivéssemos que escolher entre estes dois vocábulos para caracterizar o resultado e a prestação de Portugal, não tenho a mínima duvida de qual seria o mais adequado.
É sempre assim: quando se está na mó de cima, as vitórias são uma obsessão. O «desportivismo», o «salutar» espírito de competição, o fairplay, etc. não interessam nem ao menino Jesus. Quando, pelo contrário, se perde – mais ou menos vergonhosamente – a retórico muda: interessa sobretudo «participar», sair de campo de «cabeça erguida», demonstrar «desportivismo». E por aí fora.
Antes do jogo com a Nova Zelândia, falava-se que o objectivo era fazer melhor que a Itália. Ou seja, perder por menos. Um objectivo, já por si, ridículo. Como a coisa não se verificou, arranjou-se nova fasquia, à medida do resultado: não se perdeu por menos de 100. Caso o resultado fosse 15-214, imagino que a «honra» estaria no facto de Portugal ter perdido por menos de 200. Se o resultado fosse 1-589, o feito conducente à «honra» estaria no facto da diferença ser inferior à raiz quadrada de 350.000. E por aí fora. Falar em «honra» ou «desonra» não faz sentido. Mas se tivéssemos que escolher entre estes dois vocábulos para caracterizar o resultado e a prestação de Portugal, não tenho a mínima duvida de qual seria o mais adequado.
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