sexta-feira, novembro 25, 2005
quinta-feira, novembro 24, 2005
A lata
“Porque sabe UNIR os portugueses”. Lê-se, num cartaz de Soares. Pergunto-me: o homem que, até há bem pouco, considerava Cavaco um bom candidato e que, agora, regurgita impropérios vários contra a «esfinge» e a «ímpia direita»; o homem que não se coíbe de lançar contendas várias contra a malignidade da direita (a do neo-liberalismo etc. e tal), sob a égide da boa ideologia (a dele, só a dele); o homem que usa e abusa da demagogia e cuja superficialidade em matéria de elucubrações sobre o mundo causa incómodo dado o manifesto índice de puerilidade; o «homo aristocraticus» que impregna o éter de pesporrência e distribui boutades à ralé enquanto se pavoneia pelo país como se tivesse sido divinamente legitimado para tais exercícios; o homem do extremismo à la mode, ferrenho da anti-globalização e do anti-americanismo, adepto de Chomsky, companheiro de Moore, apologista do diálogo com terroristas; é, portanto, este o homem que “sabe unir os portugueses”? Não me lixem, ok?
sexta-feira, novembro 18, 2005
Para quando, Alexandra?
No dia 26 de Outubro, o jovem Mahmoud Ahmadinejad - presidente do Irão, adepto do jogo da macaca e gourmet de urânio – num discurso pronunciado numa conferência intitulada "O mundo sem o sionismo", afirmou, saudado: "Como disse o imã Khomeini, Israel deve ser riscado do mapa".
Passados vinte e três dias sobre tão original discurso – tão original por aquelas bandas como as referências de Soares a Cavaco - espera-se a todo o momento a publicação de mais uma reportagem de Alexandra Lucas Coelho, na qual a conceituada jornalista nos divertirá com o dia-a-dia do cidadão Mahmoud – fotos em família, relatos da sua relação afectiva com o cão, o que pensam os amigos dele, Mahmoud em vários registos (no café, no parque infantil, na farmácia, etc.) - humanizando a existência do rapaz e contextualizando tais afirmações. No fundo, Alexandra explicar-nos-á, através do quotidiano relatado, o quanto humano Mahmoud é - mais, obviamente, as suas «circunstâncias» (Ortega Y Gasset e tal).
Na edição on-line da notícia, houve ainda tempo para os adeptos do «obviamente» comentarem, expeditos, o desabafo de Mahmoud. Eis um tal de Alex, directamente do Algarve: ”O homem simplesmente disse aquilo que mais de metade do mundo pensa hoje em dia (ou pelo menos aqueles que se lembram da ocupação terrorista por parte dos israelitas da Palestina). Não podemos esquecer que Israel não existia antes de 1945 e que foi criado com terras Palestinianas. A Israel deve ser devolvida aos seus legitimos donos. Já agora deviam transferir o estado de Israel para os EUA.” Os idiotas e os ignorantes têm esta tendência curiosa em dar as mãos, prontinhos para a «vaga de fundo».
Passados vinte e três dias sobre tão original discurso – tão original por aquelas bandas como as referências de Soares a Cavaco - espera-se a todo o momento a publicação de mais uma reportagem de Alexandra Lucas Coelho, na qual a conceituada jornalista nos divertirá com o dia-a-dia do cidadão Mahmoud – fotos em família, relatos da sua relação afectiva com o cão, o que pensam os amigos dele, Mahmoud em vários registos (no café, no parque infantil, na farmácia, etc.) - humanizando a existência do rapaz e contextualizando tais afirmações. No fundo, Alexandra explicar-nos-á, através do quotidiano relatado, o quanto humano Mahmoud é - mais, obviamente, as suas «circunstâncias» (Ortega Y Gasset e tal).
Na edição on-line da notícia, houve ainda tempo para os adeptos do «obviamente» comentarem, expeditos, o desabafo de Mahmoud. Eis um tal de Alex, directamente do Algarve: ”O homem simplesmente disse aquilo que mais de metade do mundo pensa hoje em dia (ou pelo menos aqueles que se lembram da ocupação terrorista por parte dos israelitas da Palestina). Não podemos esquecer que Israel não existia antes de 1945 e que foi criado com terras Palestinianas. A Israel deve ser devolvida aos seus legitimos donos. Já agora deviam transferir o estado de Israel para os EUA.” Os idiotas e os ignorantes têm esta tendência curiosa em dar as mãos, prontinhos para a «vaga de fundo».
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Apontem, por favor:
otário s.m. Indivíduo que defende com ardor, mas sem argumentos, a construção do Aeroporto da Ota.
PS: veio daqui (pelos vistos).
otário s.m. Indivíduo que defende com ardor, mas sem argumentos, a construção do Aeroporto da Ota.
PS: veio daqui (pelos vistos).
terça-feira, novembro 08, 2005
Regresso
1. Vou votar Cavaco.
2. A pré-campanha vai animadíssima. Já não se pode viver sem uma.
3. Três – Soares, Louça e Jerónimo - dos quatro comentadores oficiais do único candidato política e clinicamente apto a desempenhar o cargo (o quarto comentador acumula a profissão de poeta), conseguiram sair do acabrunhamento que soterrava aquela que é já a mãe de todas as revelações: a natureza neo-liberal das suas análises políticas. De peito aberto e goelas ao rubro, é vê-los agora criticar o tenebroso passado do senhor de Boliqueime, putativo pai e tutor de um menino monstro a que Maria, ainda nas palhinhas, deu o nome de Estado Providência (cognome: o Deficitário). A obsessão pelo défice, pelo rigor e pela contenção orçamental – contra, obviamente, o Estado Social - não escolhe idades nem quadrantes políticos. A falta de vergonha também não.
2. A pré-campanha vai animadíssima. Já não se pode viver sem uma.
3. Três – Soares, Louça e Jerónimo - dos quatro comentadores oficiais do único candidato política e clinicamente apto a desempenhar o cargo (o quarto comentador acumula a profissão de poeta), conseguiram sair do acabrunhamento que soterrava aquela que é já a mãe de todas as revelações: a natureza neo-liberal das suas análises políticas. De peito aberto e goelas ao rubro, é vê-los agora criticar o tenebroso passado do senhor de Boliqueime, putativo pai e tutor de um menino monstro a que Maria, ainda nas palhinhas, deu o nome de Estado Providência (cognome: o Deficitário). A obsessão pelo défice, pelo rigor e pela contenção orçamental – contra, obviamente, o Estado Social - não escolhe idades nem quadrantes políticos. A falta de vergonha também não.