Isaltino, meu filho
Nunca esperei escrever o que ireis ler de seguida: estou solidário com Isaltino Morais. Entendam-me: o que ontem se passou no programa Prós e Contras (RTP1) leva-me a ter vontade de lhe dar umas pancadinhas nas costas, como que a dizer “calma, Isaltino, eu bem vi o que te fizeram”. Logo seguida, está claro, de uma valente chapada, tipo “minha grandessíssima besta!”. Significa isto que estou solidário com um homem que, no que toca à inteligência, deixa muito a desejar.
Explico. Quando foi convidado a entrar em directo num programa sobre tráfico de influências (cunhas e sucedâneos) e corrupção - não estando, por isso, presente no plateau (já por si uma situação desvantajosa) - Isaltino devia ter tido um lampejo de inteligência para perceber que, por um lado, a sua situação (de investigado num processo sobre uma conta bancária na Suiça não declarada) exigia recato e pudor (logo silêncio), e, por outro lado, que a probabilidade de vir a ser o bobo da corte ou o troféu de caça do programa era altíssima. Foi o que aconteceu. Isaltino caiu nas mãos de uma criatura que, para além de não ter a noção do ridículo, desconhece as implicações que a profissão de jornalista acarreta. Foi tudo muito rápido e limpinho: Fátima Campos Ferreira julgou o homem em público (culpado, obviamente), não se rogando de despejar sobre ele toda uma série de tiradas trocistas e boquinhas da pândega, que o bom do público logo aplaudiu (“é assim mesmo, chega-lhe agora!”). O tom foi mais ou menos este: “Ó Dr! O senhor esteja mas é calado porque a mim não me engana!”.
A personagem em questão – o Dr. Morais – está longe de me inspirar confiança. Não estou, obviamente, a defender a sua candidatura, a sua «gestão» ou a sua postura. Digo apenas que julgar e acusar publicamente uma pessoa que ainda não foi acusada, e muito menos condenada, tratando-a como um vigarista e um salafrário, é coisa feia. Muito feia. Eu ainda esperei, pela expressão de Isaltino, que o outrora autarca padrão tivesse a dignidade de mandar a senhora jornalista à merda. Mas nem isso o homem fez. É o que digo: uma pancadinha nas costas seguida de um valente tabefe.
Conclusões? Está visto que, em Portugal, essa história da «presunção da inocência» é só para cumprir calendário. Não passa de uma declaração vazia de conteúdo e sentido. O que vigora tem outro nome: presunção da culpa até prova em contrário. E mesmo assim…
Explico. Quando foi convidado a entrar em directo num programa sobre tráfico de influências (cunhas e sucedâneos) e corrupção - não estando, por isso, presente no plateau (já por si uma situação desvantajosa) - Isaltino devia ter tido um lampejo de inteligência para perceber que, por um lado, a sua situação (de investigado num processo sobre uma conta bancária na Suiça não declarada) exigia recato e pudor (logo silêncio), e, por outro lado, que a probabilidade de vir a ser o bobo da corte ou o troféu de caça do programa era altíssima. Foi o que aconteceu. Isaltino caiu nas mãos de uma criatura que, para além de não ter a noção do ridículo, desconhece as implicações que a profissão de jornalista acarreta. Foi tudo muito rápido e limpinho: Fátima Campos Ferreira julgou o homem em público (culpado, obviamente), não se rogando de despejar sobre ele toda uma série de tiradas trocistas e boquinhas da pândega, que o bom do público logo aplaudiu (“é assim mesmo, chega-lhe agora!”). O tom foi mais ou menos este: “Ó Dr! O senhor esteja mas é calado porque a mim não me engana!”.
A personagem em questão – o Dr. Morais – está longe de me inspirar confiança. Não estou, obviamente, a defender a sua candidatura, a sua «gestão» ou a sua postura. Digo apenas que julgar e acusar publicamente uma pessoa que ainda não foi acusada, e muito menos condenada, tratando-a como um vigarista e um salafrário, é coisa feia. Muito feia. Eu ainda esperei, pela expressão de Isaltino, que o outrora autarca padrão tivesse a dignidade de mandar a senhora jornalista à merda. Mas nem isso o homem fez. É o que digo: uma pancadinha nas costas seguida de um valente tabefe.
Conclusões? Está visto que, em Portugal, essa história da «presunção da inocência» é só para cumprir calendário. Não passa de uma declaração vazia de conteúdo e sentido. O que vigora tem outro nome: presunção da culpa até prova em contrário. E mesmo assim…
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