Ó PORTAS: AFINFA-LHE COM O SUBMARINO!
São, para já, duas as lições a retirar da polémica em torno do barco holandês - que, supostamente, salvará milhares de criaturas de uma gravidez indesejada.
A primeira, que o fundamentalismo tipo «Na-Barriguinha-Da-Ana-Drago-Mexe-Só-A-Dita-Cuja-E-Sempre-Que-Lhe-Aprouver», para além de histérico, é irresponsável e burro. Desde logo porque alimenta o outro, ou seja, o de sinal contrário. A vinda do barco holandês não vai resolver nada da questão de fundo. Voltarão, apenas, a extremar-se posições e a esgrimirem-se argumentos batidos e rebatidos. As coisas, a mudar, terão de mudar por outro lado e doutra forma. Não é, certamente, com este tipo de acções importadas (a propensão portuguesa para o que é importado é já longa) e, pela sua natureza, hiper-mediatizadas, que se chegará a algum lado. Não é, certamente, colocando a questão como um confronto entre “bons, civilizados e sofisticados” e “feios, porcos e maus” que se abrirá caminho ao que quer que seja. O assunto é demasiado delicado para suportar este tipo de espectáculos. Mas a cabecinha dos fundamentalistas raramente pára para pensar. A insinuação do gesto e a berraria parecem valer tudo.
A segunda, que a «modernidade» do Eng. Sócrates é, afinal, de grosseiro recorte demagógico. A maneira como o Eng. agarrou o assunto (com aquele ar de "eu é que estou a ver o filme") não deixa margem para dúvidas: Sócrates é um vazio de ideias e um político tristemente previsível. Na urgência de ser moderno e progressista, acaba sendo, ironicamente, reaccionário. Para o Eng., e para a esquerda em geral, parece ser assunto menor o facto desta «acção» representar uma provocação sobre a autoridade do Estado português, com algumas reservas do ponto de vista da legalidade. Mas, pondo de lado este ponto (que não encaixa hoje, nem nunca encaixará, na cabeça da maior parte dos esquerdistas), eu pergunto: mesmo os que defendem a despenalização do aborto não deveriam, antes de abrir a boca para se indignarem contra o Dr. Portas e o “Sr. Lopes”, interrogar-se sobre as condições sanitárias do barco, a existência (ou não) de pessoal técnico e especializado, se este será realmente competente e «especializado», se existe alguém a controlar os timings de cada gravidez, se a supervisão está a cargo de entidade idónea e independente? Parece que não. O que interessa é pegar a onda. O resto? Pormenores sem a mínima importância.
São, para já, duas as lições a retirar da polémica em torno do barco holandês - que, supostamente, salvará milhares de criaturas de uma gravidez indesejada.
A primeira, que o fundamentalismo tipo «Na-Barriguinha-Da-Ana-Drago-Mexe-Só-A-Dita-Cuja-E-Sempre-Que-Lhe-Aprouver», para além de histérico, é irresponsável e burro. Desde logo porque alimenta o outro, ou seja, o de sinal contrário. A vinda do barco holandês não vai resolver nada da questão de fundo. Voltarão, apenas, a extremar-se posições e a esgrimirem-se argumentos batidos e rebatidos. As coisas, a mudar, terão de mudar por outro lado e doutra forma. Não é, certamente, com este tipo de acções importadas (a propensão portuguesa para o que é importado é já longa) e, pela sua natureza, hiper-mediatizadas, que se chegará a algum lado. Não é, certamente, colocando a questão como um confronto entre “bons, civilizados e sofisticados” e “feios, porcos e maus” que se abrirá caminho ao que quer que seja. O assunto é demasiado delicado para suportar este tipo de espectáculos. Mas a cabecinha dos fundamentalistas raramente pára para pensar. A insinuação do gesto e a berraria parecem valer tudo.
A segunda, que a «modernidade» do Eng. Sócrates é, afinal, de grosseiro recorte demagógico. A maneira como o Eng. agarrou o assunto (com aquele ar de "eu é que estou a ver o filme") não deixa margem para dúvidas: Sócrates é um vazio de ideias e um político tristemente previsível. Na urgência de ser moderno e progressista, acaba sendo, ironicamente, reaccionário. Para o Eng., e para a esquerda em geral, parece ser assunto menor o facto desta «acção» representar uma provocação sobre a autoridade do Estado português, com algumas reservas do ponto de vista da legalidade. Mas, pondo de lado este ponto (que não encaixa hoje, nem nunca encaixará, na cabeça da maior parte dos esquerdistas), eu pergunto: mesmo os que defendem a despenalização do aborto não deveriam, antes de abrir a boca para se indignarem contra o Dr. Portas e o “Sr. Lopes”, interrogar-se sobre as condições sanitárias do barco, a existência (ou não) de pessoal técnico e especializado, se este será realmente competente e «especializado», se existe alguém a controlar os timings de cada gravidez, se a supervisão está a cargo de entidade idónea e independente? Parece que não. O que interessa é pegar a onda. O resto? Pormenores sem a mínima importância.
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