DUPLAMENTE GRATIFICANTE
Michael Moore ganhou a Palma de Ouro, em Cannes. O filme: Fahrenheit 9/11. A noticia é duplamente gratificante.
Por um lado, é a primeira vez que se premeia a originalidade. Reparem: o facto de Moore ter realizado um filme onde se critica violentamente a actual administração norte-americana, partindo do 11 de Setembro, é de loucos. Ninguém se lembraria de uma coisa destas. Numa altura em que Bush é um dos mais pacíficos e adorados lideres mundiais, o repto e a atitude de Moore são de uma coragem e originalidade a toda a prova. Tanto mais que, observando a filmografia de Moore, o tema é uma verdadeira pedrada no charco.
Por outro lado, Cannes confirma a tendência e esvanece as dúvidas: o cinema, ou a tal “ideia cinematográfica” de que falava Hitchcock, deixou de interessar. A um filme já não interessa ser filme. Tem de ser, sobretudo, outra coisa qualquer. Por exemplo, poderá e deverá ser um «manifesto». Ou um «veículo» da mais reles propaganda política. E se misturarmos ficção com mentira num suposto «documentário», tanto melhor.
É sempre bom saber estas coisas, não vá um gajo pôr-se a falar de Lang, Wilder, Preminger, Hitchcock ou Ray, correndo o risco de ser acusado de passadista, reaccionário ou simplesmente totó.
Michael Moore ganhou a Palma de Ouro, em Cannes. O filme: Fahrenheit 9/11. A noticia é duplamente gratificante.
Por um lado, é a primeira vez que se premeia a originalidade. Reparem: o facto de Moore ter realizado um filme onde se critica violentamente a actual administração norte-americana, partindo do 11 de Setembro, é de loucos. Ninguém se lembraria de uma coisa destas. Numa altura em que Bush é um dos mais pacíficos e adorados lideres mundiais, o repto e a atitude de Moore são de uma coragem e originalidade a toda a prova. Tanto mais que, observando a filmografia de Moore, o tema é uma verdadeira pedrada no charco.
Por outro lado, Cannes confirma a tendência e esvanece as dúvidas: o cinema, ou a tal “ideia cinematográfica” de que falava Hitchcock, deixou de interessar. A um filme já não interessa ser filme. Tem de ser, sobretudo, outra coisa qualquer. Por exemplo, poderá e deverá ser um «manifesto». Ou um «veículo» da mais reles propaganda política. E se misturarmos ficção com mentira num suposto «documentário», tanto melhor.
É sempre bom saber estas coisas, não vá um gajo pôr-se a falar de Lang, Wilder, Preminger, Hitchcock ou Ray, correndo o risco de ser acusado de passadista, reaccionário ou simplesmente totó.
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