TAMAGOCHI
Pela manhã, dirijo-me todos os dias para o meu local de trabalho percorrendo uma estrada que me afasta, por breves instantes, da periferia da cidade de Évora. Um caminho encantatório, que nos remete para imaginários bucólicos. A poucas dezenas de metros de um dos bairros periféricos (ele próprio contíguo à muralha da cidade), e como que por magia, encontramo-nos, de repente, rodeados por um campo verdejante, coberto, àquelas horas de uma manhã de Inverno, por um manto diáfano de geada, que lhe proporciona uma imagem de viço e frescura que não nos deixa indiferentes. À nossa volta, observa-se um canavial que acompanha o curso de uma ribeira; algumas azinhagas tomadas de assalto pela mãe natureza; um montado de sobreiros que se estende até onde a vista alcança; um olival mesmo à beira da estrada; uma seara verde. Ou seja, pinceladas que vão compondo a extensa e típica planície alentejana que se nos depara, enfatizada por manhãs de Inverno solarengas e radiosas. Évora tem, também, este encanto: podemos passar de um cenário urbano – onde a azáfama, o burburinho, a pressa e a pressão saturam o quadro - para um cenário pastoril e campestre num abrir e fechar de olhos, como se apenas um véu ou uma ténue cortina separasse realidades tão díspares. Vem isto a propósito do seguinte: não há manhã em que eu não me pergunte “Por quanto tempo?”.
Os primeiros sinais já foram dados. O campo foi já invadido por um "Mercado Abastecedor", perdendo assim, lentamente, uma luta inglória contra os «interesses» e o «progresso». Temo que seja apenas uma questão de tempo até que todo aquele cenário comece a ser invadido por ilhas de «civilização». Asseguram-me que não, que o PDM protege essas ideias anacrónicas e «conservadoras». Como se o ‘pê dê éme’ em Portugal não estivesse, também, sujeito a crónicos «reajustamentos» e «actualizações». É só uma questão de tempo, dizia eu. A «pressão» urbanística, servida, se for esse o caso, pelo pior urbanismo do leste europeu, tem de ser alimentada. Como um tamagochi.
Pela manhã, dirijo-me todos os dias para o meu local de trabalho percorrendo uma estrada que me afasta, por breves instantes, da periferia da cidade de Évora. Um caminho encantatório, que nos remete para imaginários bucólicos. A poucas dezenas de metros de um dos bairros periféricos (ele próprio contíguo à muralha da cidade), e como que por magia, encontramo-nos, de repente, rodeados por um campo verdejante, coberto, àquelas horas de uma manhã de Inverno, por um manto diáfano de geada, que lhe proporciona uma imagem de viço e frescura que não nos deixa indiferentes. À nossa volta, observa-se um canavial que acompanha o curso de uma ribeira; algumas azinhagas tomadas de assalto pela mãe natureza; um montado de sobreiros que se estende até onde a vista alcança; um olival mesmo à beira da estrada; uma seara verde. Ou seja, pinceladas que vão compondo a extensa e típica planície alentejana que se nos depara, enfatizada por manhãs de Inverno solarengas e radiosas. Évora tem, também, este encanto: podemos passar de um cenário urbano – onde a azáfama, o burburinho, a pressa e a pressão saturam o quadro - para um cenário pastoril e campestre num abrir e fechar de olhos, como se apenas um véu ou uma ténue cortina separasse realidades tão díspares. Vem isto a propósito do seguinte: não há manhã em que eu não me pergunte “Por quanto tempo?”.
Os primeiros sinais já foram dados. O campo foi já invadido por um "Mercado Abastecedor", perdendo assim, lentamente, uma luta inglória contra os «interesses» e o «progresso». Temo que seja apenas uma questão de tempo até que todo aquele cenário comece a ser invadido por ilhas de «civilização». Asseguram-me que não, que o PDM protege essas ideias anacrónicas e «conservadoras». Como se o ‘pê dê éme’ em Portugal não estivesse, também, sujeito a crónicos «reajustamentos» e «actualizações». É só uma questão de tempo, dizia eu. A «pressão» urbanística, servida, se for esse o caso, pelo pior urbanismo do leste europeu, tem de ser alimentada. Como um tamagochi.
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