OS BURROS E OS INTELIGENTES
Apreciei a resposta do JMF à minha posta sobre a questão das opções estéticas observadas à luz das tendências ideológicas. Se percebi bem, JMF acaba a penitenciar-se (será?) pelo facto de, também ele, no passado, ter feito uso de um preconceito na assumpção do que seriam os gostos da «direita», embora acabe por não excluir a existência de manifestações culturais ideologicamente engajadas. Como diria o nosso amigo Cláudio: fair enough. Mas JMF refere um ponto que, de há uns tempos a esta parte, está presente na análise que certos esquerdistas fazem dos campos ideológicos. Refiro-me à utilização do termo «direita inteligente» (a par de outros, como «neo-conservadores», «nova direita», etc.). Segundo a esquerda (sempre useira e vezeira em julgar e catalogar os outros), parece que existe por aí uma nova categoria de homens que, em oposição à normal e clássica condição de «néscios», conseguiram alcançar o estatuto de «inteligentes». Porquê? Por força de uma espécie de degeneração que os levou, segundo o paleio esquerdista, a assumir descomplexadamente as opções estéticas da boa da esquerda. Perguntarão alguns: da «esquerda inteligente»? Não: da esquerda. Como todos já deveriam saber, a esquerda comprou, algures no tempo, a patente da clarividência e da sagacidade culturais. As escrituras, guardadas em parte incerta, não deixam margem para dúvidas: 1) a esquerda é, por definição, culturalmente correcta; 2) a escolha da «boa» cultura é uma divisa apriorística à esquerda; 3) antropológica e idiossincraticamente, os mais diversos e proeminentes fazedores da «boa cultura» estão à esquerda e com a esquerda. A direita? Bom, a direita é, no fundo, o albergue dos insensíveis, dos ignaros e foleiros que, só por azar ou distracção – numa palavra: excepção – descobrem a luz. Os que têm a boa ventura de a descobrir (à luz, entenda-se) são apelidados de «inteligentes». Os outros… Bem, eu nem me atrevo a falar. Faço minhas as palavras do Dr. Fernando 'foi-você-que-pediu-um-estereótipo-carregadinho-de-má-fé' Rosas: "engomadinhos e pomposos nesse estilo de compromisso entre o vendedor de Alfa Romeos e o estagiário pretensioso de firma chique de advogados, com o seu convencionalismo postiço". Ámen.
Apreciei a resposta do JMF à minha posta sobre a questão das opções estéticas observadas à luz das tendências ideológicas. Se percebi bem, JMF acaba a penitenciar-se (será?) pelo facto de, também ele, no passado, ter feito uso de um preconceito na assumpção do que seriam os gostos da «direita», embora acabe por não excluir a existência de manifestações culturais ideologicamente engajadas. Como diria o nosso amigo Cláudio: fair enough. Mas JMF refere um ponto que, de há uns tempos a esta parte, está presente na análise que certos esquerdistas fazem dos campos ideológicos. Refiro-me à utilização do termo «direita inteligente» (a par de outros, como «neo-conservadores», «nova direita», etc.). Segundo a esquerda (sempre useira e vezeira em julgar e catalogar os outros), parece que existe por aí uma nova categoria de homens que, em oposição à normal e clássica condição de «néscios», conseguiram alcançar o estatuto de «inteligentes». Porquê? Por força de uma espécie de degeneração que os levou, segundo o paleio esquerdista, a assumir descomplexadamente as opções estéticas da boa da esquerda. Perguntarão alguns: da «esquerda inteligente»? Não: da esquerda. Como todos já deveriam saber, a esquerda comprou, algures no tempo, a patente da clarividência e da sagacidade culturais. As escrituras, guardadas em parte incerta, não deixam margem para dúvidas: 1) a esquerda é, por definição, culturalmente correcta; 2) a escolha da «boa» cultura é uma divisa apriorística à esquerda; 3) antropológica e idiossincraticamente, os mais diversos e proeminentes fazedores da «boa cultura» estão à esquerda e com a esquerda. A direita? Bom, a direita é, no fundo, o albergue dos insensíveis, dos ignaros e foleiros que, só por azar ou distracção – numa palavra: excepção – descobrem a luz. Os que têm a boa ventura de a descobrir (à luz, entenda-se) são apelidados de «inteligentes». Os outros… Bem, eu nem me atrevo a falar. Faço minhas as palavras do Dr. Fernando 'foi-você-que-pediu-um-estereótipo-carregadinho-de-má-fé' Rosas: "engomadinhos e pomposos nesse estilo de compromisso entre o vendedor de Alfa Romeos e o estagiário pretensioso de firma chique de advogados, com o seu convencionalismo postiço". Ámen.
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