O MacGuffin

sábado, novembro 01, 2003

QUE VENHA O PRÓXIMO
A queda de Iain Ducan Smith não foi bonita de se ver. Assim como não foi bonita a forma como, durante o mandato de IDS, muitas das mais proeminentes figuras do partido conservador (Ann Widdecombe, William Hague, John Redwood, Michael Portillo ou Kenneth Clarke) se demarcaram do líder. IDS só pode ser acusado de não ter carisma e de não ter sido capaz de se adaptar aos tempos. Yes, folks, estes são tempos em que já não basta ter ideias, ser sério e minimamente decente. Tem de haver um trabalho de actualização doutrinária que conduza à aglutinação, ao drama e ao show-off (coisa que em Blair funcionou, até certa altura, de forma perfeita). IDS mostrou ter ideias e resistiu sempre à tentação demagógica. Mas, lá está, não chega. IDS foi uma espécie de Fernando Nogueira do partido Conservador. Um homem discreto (para não dizer apagado), que os conservadores sabiam ter sido eleito para preencher um hiato na liderança dos tories, incomodados que estavam com as posições europeístas de Kenneth Clarke, o homem que estava talhado (era o meu favorito) para o lugar, não fosse esse «euro-entusiasmo».
Relembro uma entrevista de IDS em Julho de 2002, conduzida por Simon Heffer para a The Spectator:

“I know what my party is. The trouble is, the British people came to see us as something else. One of the great success stories of modern politics was the way in which the left-wing press, inclunding too often the broadcast media, led by the Labour party, succeeded in painting and caricaturing the Conservative party and putting us into a box. And the box was marked ‘Nasty, Extreme, Strange’. I have to break us out of that.”

Não o conseguiu fazer.

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