O MacGuffin

quinta-feira, agosto 28, 2003

FOI VOCÊ QUE PEDIU UM EPC?
Eduardo Prado Coelho, na sua crónica de hoje no Público:

Seria totalmente absurdo que [António Guterres] se retirasse da política. O país deve-lhe muito e ele pode ainda dar muito ao país, à Europa, à causa de um socialismo moderno.”(sic)

Para, logo a seguir:

”Donde vêm as minhas reservas? De aspectos psicológicos de Guterres que marcaram a sua governação. A forma de afastar Manuela Arcanjo ou Fernando Gomes, o deixar arrastar a situação da RTP até ao pântano (arrastando consigo alguns dos seus colaboradores mais fiéis e competentes, como Arons de Carvalho), o lamentável episódio do queijo limiano, o lamentável episódio da taxa de alcoolemia (deixando Nuno Severiano Teixeira numa posição particularmente desconfortável), mostraram uma tendência para evitar os confrontos, para diferir decisões, para fazer política rasteira em vez de dignificar o político. Muitos aspectos negativos da segunda fase da governação do PS não resultam da incompetência dos responsáveis ministeriais mas do modo como o Governo adiava decisões, julgava fazer "marketing" político (no que se se enganava redondamente) e deixava os problemas enredarem-se até à náusea. Ou até à demissão abrupta do próprio Guterres. Os consensos de Guterres são sempre entre interesses, nunca são a síntese acima dos interesses.”

Em que ficamos? Não ficamos...

Em qualquer dos casos, gostei daquela dos “aspectos psicológicos”. E a dos “consensos” também está jeitosa.

PS: Caro António: não lhe ligue. Deixe-se estar, que está bem. Goze a vida. A malta cá se vai amanhando.

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