Da irresponsabilidade
ou (A Quem Nós Estivemos Entregues, Meu Deus!)
«Pagar a dívida é ideia de criança». A frase é de José Sócrates, proferida numa conferência com colegas universitários. A plateia, constituída por alunos da secção latino-americana - provavelmente um subgrupo a que pertence o aluno José Sócrates – aplaudiu estrondosamente o nosso ex-PM. No final, consta que terá dito «há muito tempo que não era assim aplaudido».
Fora o pitoresco da cena e o riquíssimo filão de anedotas que o episódio proporciona, aquela frase é todo um programa. Socialista e cainesiano, acrescente-se (e não Keynesiano). É a doutrina base da Sócrates & Galamba School of Economics: 1) a despesa é infinitamente virtuosa; 2) a dívida é uma abstracção; 3) os recursos só são escassos na teoria.
É esta a disposição lógica que serve de sustentação à estrutura mental dos que defendem os Eurobonds e/ou a impressão de moeda para solucionar a crise das dívidas soberanas. O saneamento das contas, a tentativa de corrigir os erros passados, a implementação de medidas de reajustamento, que acomode o nível de gastos à capacidade produtiva do país – tudo não passa de uma brincadeira de crianças.
«As dívidas gerem-se, foi assim que eu estudei», disse José Sócrates. Não, caro senhor, estudou mal: as dívidas pagam-se. Sempre. Mais tarde ou mais cedo. E, veja bem: são pagas pela ralé que o senhor sempre desprezou e desrespeitou, com o seu irresponsável cainesianismo de pacotilha.
(publicado originalmente aqui, 7.12.2011, 12:29h)
«Pagar a dívida é ideia de criança». A frase é de José Sócrates, proferida numa conferência com colegas universitários. A plateia, constituída por alunos da secção latino-americana - provavelmente um subgrupo a que pertence o aluno José Sócrates – aplaudiu estrondosamente o nosso ex-PM. No final, consta que terá dito «há muito tempo que não era assim aplaudido».
Fora o pitoresco da cena e o riquíssimo filão de anedotas que o episódio proporciona, aquela frase é todo um programa. Socialista e cainesiano, acrescente-se (e não Keynesiano). É a doutrina base da Sócrates & Galamba School of Economics: 1) a despesa é infinitamente virtuosa; 2) a dívida é uma abstracção; 3) os recursos só são escassos na teoria.
É esta a disposição lógica que serve de sustentação à estrutura mental dos que defendem os Eurobonds e/ou a impressão de moeda para solucionar a crise das dívidas soberanas. O saneamento das contas, a tentativa de corrigir os erros passados, a implementação de medidas de reajustamento, que acomode o nível de gastos à capacidade produtiva do país – tudo não passa de uma brincadeira de crianças.
«As dívidas gerem-se, foi assim que eu estudei», disse José Sócrates. Não, caro senhor, estudou mal: as dívidas pagam-se. Sempre. Mais tarde ou mais cedo. E, veja bem: são pagas pela ralé que o senhor sempre desprezou e desrespeitou, com o seu irresponsável cainesianismo de pacotilha.
(publicado originalmente aqui, 7.12.2011, 12:29h)
1 Comentários:
Quando li aquilo - juro - apeteceu-me chorar.
A seguir quase assomaram aos lábios, audíveis, os palavrões que davam pulos cá dentro. Trinquei-os a tempo.
Uma senhora, em certas coisas, contém-se.
Por um tempo.
Depois, pensei em alardear o absurdo.
Mas depressa pensei que isto haveria de dar 'samba', e com muito maior qualidade.
Voilá.
...
Agora vou ali ao toilette dizer umas coisas ao espelho.
E levo o recibo do último ordenado na mão.
Depois vou pela farmácia, pedir Vomidrine... senão me der uma coisinha antes.
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