Contemporaneidade
De "O Crítico como Artista" de Oscar Wilde:
GILBERT (ao piano) Meu caro Ernest, de que te estás a rir?
ERNEST (erguendo o olhar) De uma história notável com que deparei agora mesmo neste volume de memórias que encontrei em cima da tua mesa.
GILBERT Que livro é esse? Ah, já sei. Ainda não o li. É bom?
ERNEST Bem, enquanto tocavas, entretive-me a folheá-lo com algum divertimento, embora, em princípio, não goste de memórias de autores modernos. São normalmente escritas por pessoas que, ou perderam por completo a memória, ou nunca fizeram nada de digno de ser lembrado, o que constitui, sem dúvida, a razão da sua popularidade, pois o público inglês sente-se imediatamente em casa quando alguma mediocridade lhe dirige a palavra.
GILBERT Sim, o público é maravilhosamente tolerante. Perdoa tudo, excepto o génio. (...)
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