À partida, onde está o problema?
Acena-se, de há uns tempos a esta parte, com um argumento grave: no que respeita aos cortes na despesa, o governo está empenhadíssimo (quiçá para lixar a malta, quiçá para dar ares de «bom aluno») em ultrapassar a troika. Exemplos: Saúde e Educação. O governo de Passos Coelho é, conclui-se com «indignação», mais «papista que o Papa».
Sem pretender achincalhar a prelecção que conduziu a tamanha conclusão, vislumbro algumas fissuras na estrutura deste notável edifício argumentativo. Se um ministro, através da reorganização e racionalização da área de governação que tutela, chegar à conclusão que pode cortar na despesa 10% em vez de 3%, não o deverá fazer? Dito doutra maneira, se o ministro da Saúde perceber que consegue, sem pôr em causa a qualidade dos serviços e os postos de trabalho, poupar 10% ao bolso dos contribuintes portugueses – através, por exemplo, da renegociação de contratos ou da reafectação de efectivos entre departamentos e secções, reduzindo os gastos de outsourcing -, deve prescindir de o fazer? Mal que pergunte, em nome de quê?
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial