De repente, à beira do Outono
Francisco Louçã já deu início à sua estratégia de aproximação ao líder. O discurso, outrora crítico em relação a Sócrates e ao seu tenebroso governo «direitista», mudou. De quando em vez, lá vai dizendo, à pressa, que «não, não, o PS é mau e tal», mas o tom mudou e as críticas a Sócrates emudeceram vertiginosamente. Tudo indica que Sócrates ganhou um novo amiguinho – com o qual, provavelmente, já brinca atrás do palco (ainda é cedo para virem cá para fora). Em apenas dois dias, Louçã regressou à demagogia mais rasteira – de onde, aliás, nunca saiu – apontando baterias ao PSD e à direita. Desta vez, por causa do caso «Fernando Lima e as escutas», Louçã anunciou a «morte» da campanha do PSD. Estão a ver a coisa? O PSD, a Dra. Manuela Ferreira Leite, o Dr. Fernando Lima e o Prof. Cavaco Silva pertencem todos ao mesmo saco. Confundem-se. A história da «asfixia democrática» dependia exclusivamente do caso das «escutas» ou, pior, o PSD foi o co-responsável pelo caso. Esta é a tese que laboriosamente está a ser instituída, a repetir até à exaustão de modo a tornar-se uma verdade. Tese que o próprio PS também subscreve sem pingo de vergonha.
Associar o PSD e a sua líder ao caso das supostas «escutas» em Belém não é só tonto: é infame. A tese do PSD – da «asfixia democrática» - concorde-se ou não com ela, tem barbas e nem por sombras se alicerçou na história (tardia) das «escutas»: vinha já do tempo em que Paulo Rangel, em 2007, no discurso do 25 de Abril, falava num ambiente de «condicionamento da liberdade» e de «claustrofobia democrática». É muitíssimo conveniente para o PS vender a ideia de que a tese da «asfixia» é o caso das «escutas»: pode ser a forma mais eficaz de fazer esquecer tudo o resto. E o resto é o caso Charrua, o caso da polícia a visitar/vigiar sindicatos, o caso de Maria Celeste Cardoso, afastada do cargo de Directora de um Centro de Saúde, o caso TVI, as pressões sobre os jornalistas da Rádio Renascença e do Público, as 12.000 queixas na provedoria de funcionários públicos, a tentativa absurda de levar a tribunal João Miguel Tavares, tentativa que ainda persiste, o que está a acontecer ao juiz Rui Teixeira. E por aí fora. Mas, sim: ao que tudo indica, é o PSD que está a ser julgado.
PS: Pacheco Pereira tem toda a razão quando refere que Cavaco Silva devia esclarecer o caso. É bom não esquecer que Cavaco Silva disse que só depois do dia 27 iria «tentar reunir informações sobre questões de segurança». Dois dias depois, demitiu Fernando Lima. Alguma coisa terá acontecido, entretanto? Fernando Lima actuou por sua conta e risco? Há indícios fortes de «escutas», independentemente da «falta de jeito» de Fernando Lima? Não sabemos. Mas gostaríamos de saber. Agora, é preciso notar que Pacheco Pereira acaba de dar mais um trunfo à esquerda: as suas declarações contribuem para fragilizar ainda mais a posição do Presidente e, ao mesmo tempo, servem para o PS e o BE declararem que o PSD está já a desculpar uma eventual derrota eleitoral do partido com a atitude do Presidente.
Associar o PSD e a sua líder ao caso das supostas «escutas» em Belém não é só tonto: é infame. A tese do PSD – da «asfixia democrática» - concorde-se ou não com ela, tem barbas e nem por sombras se alicerçou na história (tardia) das «escutas»: vinha já do tempo em que Paulo Rangel, em 2007, no discurso do 25 de Abril, falava num ambiente de «condicionamento da liberdade» e de «claustrofobia democrática». É muitíssimo conveniente para o PS vender a ideia de que a tese da «asfixia» é o caso das «escutas»: pode ser a forma mais eficaz de fazer esquecer tudo o resto. E o resto é o caso Charrua, o caso da polícia a visitar/vigiar sindicatos, o caso de Maria Celeste Cardoso, afastada do cargo de Directora de um Centro de Saúde, o caso TVI, as pressões sobre os jornalistas da Rádio Renascença e do Público, as 12.000 queixas na provedoria de funcionários públicos, a tentativa absurda de levar a tribunal João Miguel Tavares, tentativa que ainda persiste, o que está a acontecer ao juiz Rui Teixeira. E por aí fora. Mas, sim: ao que tudo indica, é o PSD que está a ser julgado.
PS: Pacheco Pereira tem toda a razão quando refere que Cavaco Silva devia esclarecer o caso. É bom não esquecer que Cavaco Silva disse que só depois do dia 27 iria «tentar reunir informações sobre questões de segurança». Dois dias depois, demitiu Fernando Lima. Alguma coisa terá acontecido, entretanto? Fernando Lima actuou por sua conta e risco? Há indícios fortes de «escutas», independentemente da «falta de jeito» de Fernando Lima? Não sabemos. Mas gostaríamos de saber. Agora, é preciso notar que Pacheco Pereira acaba de dar mais um trunfo à esquerda: as suas declarações contribuem para fragilizar ainda mais a posição do Presidente e, ao mesmo tempo, servem para o PS e o BE declararem que o PSD está já a desculpar uma eventual derrota eleitoral do partido com a atitude do Presidente.
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