Tudo isto porque receiam que a «velhota» venha estagnar o país ou inverter o progresso?
Bem espremidos, os argumentos dos amigos da Fernanda e do José baseiam-se mais na suposta incapacidade governativa das gentes do PSD, do que propriamente nos méritos do governo PS e do seu primeiro-ministro. O tom geral é este: o país não pode esperar quatro anos enquanto uma senhora de provecta idade hesita entre forrar o maple lá de casa com rendinha ou pintar o cabelo com farandol arroxeado, enquanto entretém os netinhos (leia-se os ministros) com a história do capuchinho vermelho. A campanha do SIMplex – porque se trata, de facto, de uma descarada extensão da campanha eleitoral do Partido Socialista – vai tentar vender até à exaustão a ideia de que: a) o PSD não tem uma «ideia» para o país, um «rumo», um «desígnio», uma «estratégia» - daí o «atraso» na apresentação do programa; b) a sua intervenção política está alicerçada na negação mecânica e automática de tudo o que o PS fez (bem ou mal, não interessa); e, por arrastamento, c) a política do PSD é a do pessimismo desencorajador, desmobilizador, tacanho (alguns arriscarão o epíteto «salazarento»). Pelo meio, para não denunciar um seguidismo acéfalo face ao partido, irão dizer que «sim senhor, é verdade que Sócrates não fez metade do que se propôs fazer, que muita coisa ficou pelo caminho ou foi erradamente decidida» mas, ao contrário do PSD – que esteve quatro anos na oposição a um governo maioritário, ou seja, um governo que teve luz verde para fazer o que entendia ser certo para o país -, o PS revelou «efectiva e singular vontade» (nas palavras de Rogério da Costa Pereira) e, obviamente, uma aposta forte na política do optimismo e da imagem. Temos, por isso, blogue. Resta uma única dúvida: dando de barato o por agora razoável cepticismo relativamente ao PSD, esta gente esclarecida, sofisticada, estudiosa, conhecedora do país e das suas gentes, acredita piamente que houve resultados positivos na Justiça, na Educação, na Cultura, na Economia e nas Finanças que justifiquem o optimismo imbecil e a respectiva caução de uma política que colocou Portugal em sérias dificuldades para enfrentar a crise? Ou a pergunta será outra: era de esperar outra coisa de quem confunde um acordo com a Nissan, ainda não concretizado, para a produção de baterias lítio-ião, com a produção de automóveis eléctricos e histericamente anuncia o século XXII?
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial