Magalhães sucks
Vários leitores do i comentaram este artigo de Inês Teotónio Pereira. Regra geral, o conteúdo e o tom foram mais ou menos estes: não digam mal do Magalhães porque graças ao Magalhães milhares de crianças pobrezinhas têm hoje acesso à internet e podem finalmente dizer que têm um computador lá em casa.
A sério? Alguém já verdadeiramente «mexeu» num Magalhães? Lembram-se do primeiro-ministro ter dito, numa qualquer cimeira sul-americana, que o Magalhães era de estalo ao ponto de até os ministros o utilizarem numa base diária? Alguém que tenha utilizado um Magalhães acredita nisto? Vá lá, meus caros, agora em uníssono: o Magalhães é uma merda. Da mesma forma que o abaixamento do nível qualitativo do ensino e do grau de exigência prejudica sobretudo os pobres, distribuir Magalhães pelos pobres é ofensivo e traduz uma concepção miserabilista e misericordiosa do papel do Estado em relação aos mais desfavorecidos. O que o Estado tem feito é mais ou menos o que faz um português da classe alta/média-alta: dar aos pobres os restos lá de casa ou aquilo que já passou de moda ou já não serve. Como instrumento lúdico-didáctico, o Magalhães poderia entender-se no fim da pré-primária ou no primeiro ciclo do ensino básico. Agora, a seguir? O Magalhães sofre da síndrome 'Porsche 924': anunciava-se como made by Porsche, da mesma forma que o Magalhães se anuncia, agora, como powered by Intel, mas para quem já tinha umas luzes sobre automóveis e, sobretudo, para quem já sabia conduzir e era cada vez mais exigente com a máquina, aquilo era francamente decepcionante. Qualquer miúdo que esteja no segundo ciclo do ensino básico ou no início do terceiro - digamos em «plena expansão intelectual» - depressa se apercebe de que o Magalhães é pífio. Se o Estado, que o João Galamba ama, queria colocar computadores à séria nas casas dos mais desfavorecidos, deveria ter tido a coragem e a dignidade de produzir e distribuir um verdadeiro computador e não uma caixa manhosa, para gaúdio das elites bem pensantes e consumo das respectivas más consciências, sempre excitadas com a perspectiva de atribuir uma esmolinha ao pobrezinho. Ah, pois, já sei: estamos na presença do velhinho e nada salazarento «é melhor que nada», não é?
A sério? Alguém já verdadeiramente «mexeu» num Magalhães? Lembram-se do primeiro-ministro ter dito, numa qualquer cimeira sul-americana, que o Magalhães era de estalo ao ponto de até os ministros o utilizarem numa base diária? Alguém que tenha utilizado um Magalhães acredita nisto? Vá lá, meus caros, agora em uníssono: o Magalhães é uma merda. Da mesma forma que o abaixamento do nível qualitativo do ensino e do grau de exigência prejudica sobretudo os pobres, distribuir Magalhães pelos pobres é ofensivo e traduz uma concepção miserabilista e misericordiosa do papel do Estado em relação aos mais desfavorecidos. O que o Estado tem feito é mais ou menos o que faz um português da classe alta/média-alta: dar aos pobres os restos lá de casa ou aquilo que já passou de moda ou já não serve. Como instrumento lúdico-didáctico, o Magalhães poderia entender-se no fim da pré-primária ou no primeiro ciclo do ensino básico. Agora, a seguir? O Magalhães sofre da síndrome 'Porsche 924': anunciava-se como made by Porsche, da mesma forma que o Magalhães se anuncia, agora, como powered by Intel, mas para quem já tinha umas luzes sobre automóveis e, sobretudo, para quem já sabia conduzir e era cada vez mais exigente com a máquina, aquilo era francamente decepcionante. Qualquer miúdo que esteja no segundo ciclo do ensino básico ou no início do terceiro - digamos em «plena expansão intelectual» - depressa se apercebe de que o Magalhães é pífio. Se o Estado, que o João Galamba ama, queria colocar computadores à séria nas casas dos mais desfavorecidos, deveria ter tido a coragem e a dignidade de produzir e distribuir um verdadeiro computador e não uma caixa manhosa, para gaúdio das elites bem pensantes e consumo das respectivas más consciências, sempre excitadas com a perspectiva de atribuir uma esmolinha ao pobrezinho. Ah, pois, já sei: estamos na presença do velhinho e nada salazarento «é melhor que nada», não é?
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