O MacGuffin: Parar

sexta-feira, abril 10, 2009

Parar

Estou cada vez mais convencido que o futuro deste país e a salvação das almas – incluindo as mais torturadas como as de José Sócrates, Alberto Costa, Augusto Santos Silva e, last but no least, José Lello - passa por uma medida simples: parar de construir. Parar de fazer buracos, parar de ocupar o espaço, parar de invadir o campo, parar de injectar cimento, ferro, pedra e alcatrão. Parar para perceber que há muito espaço erigido e estrutura montada que, pacientemente, espera para ser aproveitada, requalificada, acarinhada. Parar para perceber que uma boa rede interna de comboios tipo convencional, é um milhão de vezes mais essencial do que todos os TGVs e as auto-estradas do futuro. Parar para perceber que o «paradigma» betão-emprego-produção já está caduco e é próprio de países subdesenvolvidos.

Em Portugal, o afã de alterar PDMs, ZPEs e demais acrónimos no sentido de libertar as comportas do betão, com o beneplácito insensato mas interessado dos poderes (governo e autarquias), devia constituir um case study. A saloiice e o provincianismo continuam a ser as marcas deste país: do povo - que adora «inaugurar» as pontes, as estradas, os centros comerciais e culturais - dos governantes - que julgam exceder-se, para a história, de forma putativamente comovente e magnânima, com as obras do «regime» - e dos intelectuais – que se entretêm ora na academia ou no Prós e Contras a digladiar-se uns aos outros, ora no programa da Paula Moura Pinheiro por entre carinhos e demonstrações de afecto mais ou menos hipócritas mas sempre a exaltar a mediocridade. Portugal precisava de uma viragem de 180 graus. Sócrates prometeu, e cumpriu, uma de 360. Estamos falados. E tratados.

1 Comentários:

Blogger Isa disse...

é uma pena que escrevas tão pouco, caríssimo macguffin, uma pena.
Bjs

3:40 da tarde  

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