Tudo explicadinho
Assisti, caladinho, ao circo. Nada disse, ou escrevi, sobre o Europeu. Observei, de longe, e com algum prazer, a histeria e a idiotice militante da generalidade dos «agentes» que concorrem para fazer do futebol o «deporto rei» (dirigentes, treinadores, jogadores, jornalistas, treinadores de bancada, adeptos em geral). Para a história ficaram momentos inexcedíveis, que me levaram à quase apoplexia, como o do jornalista do RCP que, à falta de tema, descrevia os gradeamentos que ia encontrando ao longo de um percurso pedonal, algures na Suiça, ou o de outro jornalista radiofónico confessando-se triste e ofendido por Figo e Fernando Couto terem recusado falar com ele.
Como sempre, os portugueses apostaram tudo na selecção. Como nos explicou de forma tão ternurenta e segura o Dr. Carlos Abreu Amorim e o «impossível» Dr. Carlos Coelho, perante o olhar atónito de Daniel Oliveira no programa-divã da nação (o Prós e Contras), a selecção levaria o país ao colo até à redenção final, onde tudo e todos se excederiam e se reinventariam, forjando uma nova «arrancada» e um novo «espírito» mobilizador, solidário, a rebentar de auto-estima. O sonho morreu, ontem. E eu, que de futebol não percebo nada, suspirei um "esta gente estava à espera do quê?". Bastou observar de soslaio os jogos de preparação para o Europeu para perceber que tínhamos uma selecção tão coesa como o PSD. Bastou observar a soberba dos jogadores da selecção e a disponibilidade dos mesmos e do seleccionador para dar entrevistas, para perceber que tínhamos já embarcado no nosso sobejamente conhecido Titanic da «parvoeira e histeria colectivas». Bastava ter reparado nos erros tácticos e na teimosia recorrente de Scolari para perceber para onde nos encaminhávamos. Reparem só neste pormenor: o Sr. Scolari poupou os titulares no jogo contra a Suiça porque, dessa forma, os «titulares» ganhariam três ou quatro dias de avanço sobre os «cansados» alemães. Há atitude mais portuguesa e chico-esperta do que esta? A ninguém ocorreu dois factos: a) qualquer derrota nesta fase teria efeitos sobre a selecção, mesmo que fosse a berlindes contra o Cazaquistão; b) quebrar o ritmo e, para utilizar uma palavra tão em voga, o trabalho de «entrosamento» dos jogadores principais em plena prova poderia ser contraproducente. É claro que o notório, ontem, era previsível: a Alemanha com uma máquina bem oleada, tacticamente coesa, extremamente atenta; Portugal com uma defesa miserável e descoordenada, um meio campo sofrível e um ataque carregado de ansiedade.
“Ah, mas a culpa é do arbitro, que não viu o Ballack a empurrar o nosso! E do Ricardo, que é uma besta a sair à bola! Até jogámos bem! Tivemos foi azar!”
Pois.
Como sempre, os portugueses apostaram tudo na selecção. Como nos explicou de forma tão ternurenta e segura o Dr. Carlos Abreu Amorim e o «impossível» Dr. Carlos Coelho, perante o olhar atónito de Daniel Oliveira no programa-divã da nação (o Prós e Contras), a selecção levaria o país ao colo até à redenção final, onde tudo e todos se excederiam e se reinventariam, forjando uma nova «arrancada» e um novo «espírito» mobilizador, solidário, a rebentar de auto-estima. O sonho morreu, ontem. E eu, que de futebol não percebo nada, suspirei um "esta gente estava à espera do quê?". Bastou observar de soslaio os jogos de preparação para o Europeu para perceber que tínhamos uma selecção tão coesa como o PSD. Bastou observar a soberba dos jogadores da selecção e a disponibilidade dos mesmos e do seleccionador para dar entrevistas, para perceber que tínhamos já embarcado no nosso sobejamente conhecido Titanic da «parvoeira e histeria colectivas». Bastava ter reparado nos erros tácticos e na teimosia recorrente de Scolari para perceber para onde nos encaminhávamos. Reparem só neste pormenor: o Sr. Scolari poupou os titulares no jogo contra a Suiça porque, dessa forma, os «titulares» ganhariam três ou quatro dias de avanço sobre os «cansados» alemães. Há atitude mais portuguesa e chico-esperta do que esta? A ninguém ocorreu dois factos: a) qualquer derrota nesta fase teria efeitos sobre a selecção, mesmo que fosse a berlindes contra o Cazaquistão; b) quebrar o ritmo e, para utilizar uma palavra tão em voga, o trabalho de «entrosamento» dos jogadores principais em plena prova poderia ser contraproducente. É claro que o notório, ontem, era previsível: a Alemanha com uma máquina bem oleada, tacticamente coesa, extremamente atenta; Portugal com uma defesa miserável e descoordenada, um meio campo sofrível e um ataque carregado de ansiedade.
“Ah, mas a culpa é do arbitro, que não viu o Ballack a empurrar o nosso! E do Ricardo, que é uma besta a sair à bola! Até jogámos bem! Tivemos foi azar!”
Pois.
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