Yes, Minister
Fala-se muito em Portugal (falamos muito, não é?) do peso do Estado na economia; da deriva empregadora da Administração Pública no Portugal democrático; da forma como a burocracia em Portugal continua a remeter o incauto cidadão para sucessivos Catch-22 ou a transfigurá-lo em figurino Kafkiano; da total displicência organizacional e da atávica letargia nos serviços públicos (hospitais, tribunais, finanças, etc.). E por aí fora. Há muita gente, de facto, a falar mas, no fundo, pouca gente convencida. A causa está longe de reunir adeptos. De singrar, então, é melhor nem falar. Não é de admirar: a maioria dos que emudecem ou assobiam para o lado são filhos do «sistema». Servem-no com devoção e exigem dele total protecção. Inclusivamente contra a sua própria mediocridade e o seu militante amorfismo. Há quem culpe as chefias e poupe as «bases», esquecendo que, por via de um acéfalo carreirismo, as chefias já foram «bases» e que apenas se limitam, agora, a legitimar a manutenção do «sistema». Do mesmo «sistema» que os criou e ajuda a sustentar. Que nunca os incomodou ou os chamou à pedra. No meio de tudo isto, dá para imaginar o ensurdecedor “olhó qu’este queria…” de cada vez que alguém «de fora» ousa perturbar o calmo e ordeiro servicinho.
Vem isto a propósito de um episódio da mítica e sublime série Yes, Minister: Equal Opportunities. A propósito da questão da paridade Male/Female na Administração Pública (uma questão macguffin no contexto do epísódio), este episódio é um verdadeiro tratado sobre disfunção, imobilismo, inércia e marasmo em sede de funcionalismo público. À excepção do Dr. Louçã e do Sr. Jernónimo (nesta matéria nada os move ou comove), o engenheiro, o animal político e o guerreiro menino deviam ser obrigados a visionar este episódio até que ele deixasse uma marca indelével, já não digo no cerebelo, mas pelo menos na testa. Para que, por exemplo, pela manhã, sempre que se olhassem no espelho, se lembrassem do que há para fazer. A não ser, claro, que se chegue à conclusão de que somos e temos o que merecemos. Ou vice-versa. Nesse caso...
Lembrando as palavras de Jim Hacker: "The three articles of Civil Service: 1) It takes longer to do things quickly; 2) It’s more expensive to do them cheaply; 3) It’s more democratic to do them in secret."
Vem isto a propósito de um episódio da mítica e sublime série Yes, Minister: Equal Opportunities. A propósito da questão da paridade Male/Female na Administração Pública (uma questão macguffin no contexto do epísódio), este episódio é um verdadeiro tratado sobre disfunção, imobilismo, inércia e marasmo em sede de funcionalismo público. À excepção do Dr. Louçã e do Sr. Jernónimo (nesta matéria nada os move ou comove), o engenheiro, o animal político e o guerreiro menino deviam ser obrigados a visionar este episódio até que ele deixasse uma marca indelével, já não digo no cerebelo, mas pelo menos na testa. Para que, por exemplo, pela manhã, sempre que se olhassem no espelho, se lembrassem do que há para fazer. A não ser, claro, que se chegue à conclusão de que somos e temos o que merecemos. Ou vice-versa. Nesse caso...
Lembrando as palavras de Jim Hacker: "The three articles of Civil Service: 1) It takes longer to do things quickly; 2) It’s more expensive to do them cheaply; 3) It’s more democratic to do them in secret."
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