‘Tá-se mesmo a ver
Há coisas na vida que temos por garantidas. Exemplos? O sorriso à joker de Manuela Moura Guedes a acompanhar a boquinha punch line após cada notícia; a objectividade nos discursos de Sampaio aos vastos rebanhos humanos; o ar de rapaz sério e honrado de Francisco Louça; o olhar de carneiro mal morto de Santana ‘facadas’ Lopes; a coluna vertebral da generalidade dos "donos da bola", etc. etc. Exemplos não faltam. Outro: atente-se no verboso português. Longe vão os tempos do misticismo, das trevas, do atávico ranço (cf. RTP Memória). Há muito que o homo lusitanus adquiriu modos iluministas e se emancipou. De indignação em indignação, passando pelas avenidas do «é lógico» e do «obviamente», o português típico só aspira ao racional e ao tangível. E, claro, ao «fracturante». Contudo, apesar da conduta avançada, modelar e «europeia», as circunvoluções nas suas meninges não o coíbem de tentar apressar a felicidade através dos mais seguros e tradicionais meios: pedindo a Nossa Senhora das Dores ou jogando no totoloto (agora, claro, ‘euro-qualquer-coisa’).
Os políticos portugueses – como sabem, uma classe e estirpe à parte – também não enganam ninguém. O seu comportamento é toda uma sinfonia de adquiridos. Há dias, o Eng. José Sócrates, prezado político modelo (no duplo sentido da palavra), colocava em hipótese «mexer» nos impostos. O próprio termo «mexer» não augura nada de bom, género “O Antunes? Já cá não trabalha, apanharam-no a «mexer» no saco azul”.
Acrescentava o douto engenheiro: “[mexer nos impostos] é uma das funções do Governo. Estará sempre disponível para resolver os problemas económicos”. É assim que certos políticos observam essa coisa dos impostos: ferramentas a manipular e a moldar ad hoc, ao serviço, ou na prossecução, de objectivos maiores – (re)distribuição da riqueza e da mediocridade – ou menores – vulgo «contabilísticos». Tudo a feder a dirigismo central e a racionalismo de pacotilha. As restrições morais, os limites «legislativos», a prudência em mudar - essências em qualquer Estado de Direito – não são para aqui chamados. Em Portugal, não há político que se preze que não «mexa» nos impostos a seu bel prazer. Semear a instabilidade e promover as desprezíveis incertezas é desporto favorito entre pares. Ainda não se deram conta – apesar de muito lerem Popper ou Hayek – que nada há de mais nefasto para o espírito do Rule of Law do que esta nojenta inconstância de regras (legislativas e não só).
Pergunta-se: e quanto a descer os impostos, amigo José ‘só sei que nada sei’? Resposta do futuro ‘superconfex maconde’ primeiro-ministro: “Com certeza que não. Eu já disse no Parlamento que não vou baixar os impostos”. Acompanhem-me, então, no óbvio ululante: se vai «mexer» e não vai «descer», resta que…
Yes, folks, há coisas na vida que temos por adquiridas. Como bom socialista e bom aluno do catecismo despesista - perdão, do bem pensante “O Estado não se pode demitir das suas funções nem renegar ao seu papel” - Sócrates sabe que para se subtrair à tísica reivindicação da eleita clientela e para disfarçar – no caso de Sócrates será mais «justificar» - a angina do défice terá de… É isso: é fazer as contas.
Os políticos portugueses – como sabem, uma classe e estirpe à parte – também não enganam ninguém. O seu comportamento é toda uma sinfonia de adquiridos. Há dias, o Eng. José Sócrates, prezado político modelo (no duplo sentido da palavra), colocava em hipótese «mexer» nos impostos. O próprio termo «mexer» não augura nada de bom, género “O Antunes? Já cá não trabalha, apanharam-no a «mexer» no saco azul”.
Acrescentava o douto engenheiro: “[mexer nos impostos] é uma das funções do Governo. Estará sempre disponível para resolver os problemas económicos”. É assim que certos políticos observam essa coisa dos impostos: ferramentas a manipular e a moldar ad hoc, ao serviço, ou na prossecução, de objectivos maiores – (re)distribuição da riqueza e da mediocridade – ou menores – vulgo «contabilísticos». Tudo a feder a dirigismo central e a racionalismo de pacotilha. As restrições morais, os limites «legislativos», a prudência em mudar - essências em qualquer Estado de Direito – não são para aqui chamados. Em Portugal, não há político que se preze que não «mexa» nos impostos a seu bel prazer. Semear a instabilidade e promover as desprezíveis incertezas é desporto favorito entre pares. Ainda não se deram conta – apesar de muito lerem Popper ou Hayek – que nada há de mais nefasto para o espírito do Rule of Law do que esta nojenta inconstância de regras (legislativas e não só).
Pergunta-se: e quanto a descer os impostos, amigo José ‘só sei que nada sei’? Resposta do futuro ‘superconfex maconde’ primeiro-ministro: “Com certeza que não. Eu já disse no Parlamento que não vou baixar os impostos”. Acompanhem-me, então, no óbvio ululante: se vai «mexer» e não vai «descer», resta que…
Yes, folks, há coisas na vida que temos por adquiridas. Como bom socialista e bom aluno do catecismo despesista - perdão, do bem pensante “O Estado não se pode demitir das suas funções nem renegar ao seu papel” - Sócrates sabe que para se subtrair à tísica reivindicação da eleita clientela e para disfarçar – no caso de Sócrates será mais «justificar» - a angina do défice terá de… É isso: é fazer as contas.
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