Estavam à espera do quê?
(corrigido e aumentado)
Não percebi a celeuma e o incómodo provocados pelo artigo de Diogo Freitas do Amaral, publicado na revista Visão.
1. A posição de Freitas do Amaral está longe de ser original. Nada tem de extraordinária. Há gente à direita a pensar da mesmíssima forma, ou seja, a preferir o mal menor (Sócrates) contra uma nódoa (Santana) que pediu durante demasiado tempo para ser removida (via trapalhadas e golpadas palacianas). Face à constatação de que Sócrates vai vencer, há quem esteja na disposição de engolir um batráquio de generosas dimensões, votando e incitando ao voto no PS para que este não fique refém do Dr. Louçã e do Sr. Jerónimo. Não concordo com esta posição e com este tipo de raciocínio, mas não estou na disposição de lhes retirar um pingo de legitimidade, mesmo que venha da boca de supostos “direitistas” (pessoalmente conheço casos). Pela minha parte, não vou votar. À direita nenhum dos candidatos e nenhum dos programas me convence (embora simpatize mais com a inteligência de Portas do que com a intuição de Santana). À esquerda nem vou falar.
2. Dito isto, depreenderão alguns que tomo Freitas do Amaral por homem de direita. Errado. Nem de direita, nem de esquerda. Há muito que Freitas do Amaral nos habituou a todo o género de circunvoluções - ora mais escabrosas, ora em registo pacato. Vestindo a fatiota de “Homem Livre” (está bem, abelha), Freitas do Amaral está longe de encaixar no arquétipo do «político-enguia» - tradicionalmente medíocre, sem passado, por conveniência discreto – e o rótulo de «vira-casaca» - normalmente atribuído a quem um dia viu a luz (normalmente em tenra idade) e tratou de arrepiar caminho – também não cola. Freitas do Amaral é um caso à parte. Homem inteligente, académico brilhante, dono de uma educação e de uma simpatia irrepreensíveis, as posições políticas de Diogo Freitas do Amaral sempre me pareceram difusas. Nunca foi um homem de fortes convicções. Aqueles que vislumbraram no Freitas “candidato presidencial contra Soares” um político de direita, esqueceram o seu passado (que passou pela também difusa Democracia Cristã). Um passado que chegou até aos nossos dias, onde sempre marcaram presença fortes traços de calculismo e de desmedida ambição, a que se juntaram, com os anos, uma notória frustração em sede de carreira política e um gritante ressabiamento face a episódios de vida difíceis de digerir por um «senador» (o imbróglio com Cavaco após as eleições, a sua passagem pela ONU, o facto do CDS ter sido assaltado por jovens políticos dispostos a virar a página com a sua fotografia). As tentativas de aglutinação que têm vindo a pontuar a sua postura pública são a prova disso (o artigo da Visão é brilhante do ponto de vista estratégico: contentando a esquerda, acaba por não ferir o eleitorado do centrão, desiludido que está com Santana). Em boa verdade, Freitas do Amaral não mudou muito. O que se passa actualmente é que ele tem cada vez mais dificuldade em esconder os seus ódios de estimação, a sua embirração ad hominem por certas figuras da política portuguesa (Santana, Portas, etc.) e a forma como aderiu cegamente a modas muito in (o anti-americanismo, o pró-palestiniamismo). Por outro lado, Freitas do Amaral ainda acredita. Ainda sonha com o seu lugar na história. Não é de estranhar que se esteja nas tintas para o «seu» partido ou para colagens claras à direita ou à esquerda. A estratégia a adoptar só podia ser uma: a do cata-vento.
Não percebi a celeuma e o incómodo provocados pelo artigo de Diogo Freitas do Amaral, publicado na revista Visão.
1. A posição de Freitas do Amaral está longe de ser original. Nada tem de extraordinária. Há gente à direita a pensar da mesmíssima forma, ou seja, a preferir o mal menor (Sócrates) contra uma nódoa (Santana) que pediu durante demasiado tempo para ser removida (via trapalhadas e golpadas palacianas). Face à constatação de que Sócrates vai vencer, há quem esteja na disposição de engolir um batráquio de generosas dimensões, votando e incitando ao voto no PS para que este não fique refém do Dr. Louçã e do Sr. Jerónimo. Não concordo com esta posição e com este tipo de raciocínio, mas não estou na disposição de lhes retirar um pingo de legitimidade, mesmo que venha da boca de supostos “direitistas” (pessoalmente conheço casos). Pela minha parte, não vou votar. À direita nenhum dos candidatos e nenhum dos programas me convence (embora simpatize mais com a inteligência de Portas do que com a intuição de Santana). À esquerda nem vou falar.
2. Dito isto, depreenderão alguns que tomo Freitas do Amaral por homem de direita. Errado. Nem de direita, nem de esquerda. Há muito que Freitas do Amaral nos habituou a todo o género de circunvoluções - ora mais escabrosas, ora em registo pacato. Vestindo a fatiota de “Homem Livre” (está bem, abelha), Freitas do Amaral está longe de encaixar no arquétipo do «político-enguia» - tradicionalmente medíocre, sem passado, por conveniência discreto – e o rótulo de «vira-casaca» - normalmente atribuído a quem um dia viu a luz (normalmente em tenra idade) e tratou de arrepiar caminho – também não cola. Freitas do Amaral é um caso à parte. Homem inteligente, académico brilhante, dono de uma educação e de uma simpatia irrepreensíveis, as posições políticas de Diogo Freitas do Amaral sempre me pareceram difusas. Nunca foi um homem de fortes convicções. Aqueles que vislumbraram no Freitas “candidato presidencial contra Soares” um político de direita, esqueceram o seu passado (que passou pela também difusa Democracia Cristã). Um passado que chegou até aos nossos dias, onde sempre marcaram presença fortes traços de calculismo e de desmedida ambição, a que se juntaram, com os anos, uma notória frustração em sede de carreira política e um gritante ressabiamento face a episódios de vida difíceis de digerir por um «senador» (o imbróglio com Cavaco após as eleições, a sua passagem pela ONU, o facto do CDS ter sido assaltado por jovens políticos dispostos a virar a página com a sua fotografia). As tentativas de aglutinação que têm vindo a pontuar a sua postura pública são a prova disso (o artigo da Visão é brilhante do ponto de vista estratégico: contentando a esquerda, acaba por não ferir o eleitorado do centrão, desiludido que está com Santana). Em boa verdade, Freitas do Amaral não mudou muito. O que se passa actualmente é que ele tem cada vez mais dificuldade em esconder os seus ódios de estimação, a sua embirração ad hominem por certas figuras da política portuguesa (Santana, Portas, etc.) e a forma como aderiu cegamente a modas muito in (o anti-americanismo, o pró-palestiniamismo). Por outro lado, Freitas do Amaral ainda acredita. Ainda sonha com o seu lugar na história. Não é de estranhar que se esteja nas tintas para o «seu» partido ou para colagens claras à direita ou à esquerda. A estratégia a adoptar só podia ser uma: a do cata-vento.
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