DECONSTRUCTING DERRIDA
Há muito, muito tempo atrás, numa conferência em Cambridge, um infeliz jornalista teve a veleidade de perguntar a Derrida “resuma, em poucas palavras (in a nutshell), o que é o descontrutivismo”. Talvez por faltarem a Derrida, no momento, as palavras adequadas (et pour cause...), um discípulo de Derrida apressou-se (um descontrutivista não pode ser apanhado sem resposta) a dizer que a utilização do termo nutshell era inepto na medida em que ”encerrava e fechava”, “protegia e abrigava”, “reduzia e simplificava” – ao fim e ao cabo, o contrário do que se pretendia alcançar com a empresa desconstrutivista: abrir, expor, complicar, expandir, quebrar fronteiras, transgredir limites e normas, implodir invólucros e embalagens teóricas.
No universo Derridiano encontramos uma superabundância e uma superfluidez de significados incompatível com a ideia, por exemplo, de uma frase significar apenas o que nela se encontra escrito. O universo Derridiano é um espaço aberto à suspeição e à desconfiança, no qual a linguagem adquire uma dinâmica e vida próprias. Cada palavra passa a ser assombrada pela fantasmagórica ausência das que dela diferem.
O papel do desconstrutivista é o de remover a trela que a sociedade impôs à linguagem, fazendo com que os conceitos mentais dependam da multiplicidade de significados. Resultado imediato? Adeus ao bom e velho Logos pré-socrático: o saber ancestral e metafísico, produto de significados transcendentais, já era. Se o «normal», o «consensual», o que é «comummente aceite» são critérios para a verdade, então toca a colocar ao largo, e o mais possível, esse pragmatismo castrador. Só assim se pode pôr termo à tentativa de exclusão dos elementos marginais que ajudam a contradizer os «consensos» e as «convenções», e que abrem caminho a uma nova «estrutura», a um novo «esqueleto».
O desconstrutivismo lançou a ideia de que, tal como Deus, a Verdade e a Falsidade estão mortas. E que obsoletas estão também as noções de humanismo e individualismo. O desconstrutivismo relegou a ideia de verdade para territórios longínquos e enredou-se em intermináveis jogos que permitissem à escrita gerar mais escrita, à interpretação gerar mais interpretação, etc. etc.
Fazendo minhas as palavras do João e do Alberto, sou incapaz de alinhar com quaisquer tentativas de subversão (leia-se «desconstrução») da verdade. Para além do eventual aspecto lúdico, o edíficio Derridiano disse-me absoluta e objectivamente nada. Rien. Nicles.
Agora, amigo Luís, venham de lá essas «críticas» – na certeza, porém, de que não passarão de «interpretações» do meu post, o qual não passa de uma «interpretação» do universo Derridiano, universo este que não passa, por sua vez, de uma «interpretação» do... (e por aí fora).
No universo Derridiano encontramos uma superabundância e uma superfluidez de significados incompatível com a ideia, por exemplo, de uma frase significar apenas o que nela se encontra escrito. O universo Derridiano é um espaço aberto à suspeição e à desconfiança, no qual a linguagem adquire uma dinâmica e vida próprias. Cada palavra passa a ser assombrada pela fantasmagórica ausência das que dela diferem.
O papel do desconstrutivista é o de remover a trela que a sociedade impôs à linguagem, fazendo com que os conceitos mentais dependam da multiplicidade de significados. Resultado imediato? Adeus ao bom e velho Logos pré-socrático: o saber ancestral e metafísico, produto de significados transcendentais, já era. Se o «normal», o «consensual», o que é «comummente aceite» são critérios para a verdade, então toca a colocar ao largo, e o mais possível, esse pragmatismo castrador. Só assim se pode pôr termo à tentativa de exclusão dos elementos marginais que ajudam a contradizer os «consensos» e as «convenções», e que abrem caminho a uma nova «estrutura», a um novo «esqueleto».
O desconstrutivismo lançou a ideia de que, tal como Deus, a Verdade e a Falsidade estão mortas. E que obsoletas estão também as noções de humanismo e individualismo. O desconstrutivismo relegou a ideia de verdade para territórios longínquos e enredou-se em intermináveis jogos que permitissem à escrita gerar mais escrita, à interpretação gerar mais interpretação, etc. etc.
Fazendo minhas as palavras do João e do Alberto, sou incapaz de alinhar com quaisquer tentativas de subversão (leia-se «desconstrução») da verdade. Para além do eventual aspecto lúdico, o edíficio Derridiano disse-me absoluta e objectivamente nada. Rien. Nicles.
Agora, amigo Luís, venham de lá essas «críticas» – na certeza, porém, de que não passarão de «interpretações» do meu post, o qual não passa de uma «interpretação» do universo Derridiano, universo este que não passa, por sua vez, de uma «interpretação» do... (e por aí fora).
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