A DESLEALDADE DA DISTORÇÃO (OU SERÁ MESMO MÁ-FÉ?)
JMF, JMF... o que é que eu faço contigo? A frase «Deixemos de lado o facto de ser um governo PSD, PP, PS ou o raio que os parta» deveria ter sido entendida da seguinte forma (presta atenção): não interessa a cor da camisola do ministro da tutela, do secretário de Estado, do chefe de gabinete, do director administrativo, do chefe de secção, da secretária executiva, do assessor, do responsável pelo sistema informático, do administrador da empresa fornecedora do novo software, do escriturário, do trolha, etc. etc. Dito de outra forma, o «sistema» falhou com o PSD no governo, como poderia ter falhado com outro governo, de outro partido. No passado ou no futuro. Não é uma questão partidária. Não é uma questão de «esquerda» e de «direita». Infelizmente, os exemplos foram muitos, ao longo dos anos. Recorro ao óbvio: é uma questão que advém da falta de rigor, profissionalismo e responsabilidade do funcionalismo publico. É um problema endémico, estrutural, que bebe forte na fonte do laxismo, do corporativismo, da incompetência, da falta de formação, do “deixa andar” e do “mete agora na gaveta que ninguém está a ver”. Não basta, por isso, responsabilizar apenas, embora também, o desgraçado do ministro (chegando, por exemplo, à sua demissão). Não basta se a D. Alzira, dos serviços centrais, que, para além de socialista e sindicalizada, é uma incompetente nata, permanecer em cena como se nada se tivesse passado. Não basta se o Zé Manel, que chefia o departamento informático há anos e que deveria ter planeado os testes ao sistema em tempo útil, continuar alegremente à frente da sua secção, como se nada fosse. Não basta se o Dr. Antunes, assessor já na era guterrista, que se esqueceu de avisar a tempo o secretário de Estado (por ter culpas no cartório), continuar a receber os seus 5.000 euros mensais como se fosse uma sumidade. Ou seja, para além de responsabilidades políticas (que as há), não podemos ficar só por essas. Por um momento, esqueçamos a vendetta política e concentremo-nos nas pessoas que compõem o elenco, i.e., as que se encontram na cúpula, no meio e na base da pirâmide. Quem falhou, como e porquê, é o que queremos saber.
Pelo contrário, senhor JMF: eu não quero que a culpa morra solteira. Fui, aliás, bem explicito (só não o fui para si). Se o senhor JMF passa a dormir descansado com o espectacular enforcamento, em praça pública, de um bode-expiatório «política e partidariamente relevante», eu, devo dizê-lo, não. Ou seja, e parafraseando o Lampedusa, eu não queria que, desta vez, tudo ficasse na mesma com a soluçãozinha da praxe.
Pelo contrário, senhor JMF: eu não quero que a culpa morra solteira. Fui, aliás, bem explicito (só não o fui para si). Se o senhor JMF passa a dormir descansado com o espectacular enforcamento, em praça pública, de um bode-expiatório «política e partidariamente relevante», eu, devo dizê-lo, não. Ou seja, e parafraseando o Lampedusa, eu não queria que, desta vez, tudo ficasse na mesma com a soluçãozinha da praxe.
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