ÀS AVESSAS
Se dúvidas houvesse quanto à suposta desorientação e iniquidade da esquerda em Portugal, o caso “Taxas Moderadoras” acabou de as dissipar. Beyond reasonable doubt. Conseguiu-se, aliás, o pleno: a esquerda, em peso, falou. Do BE ao PS, passando pelo PCP, todos foram claros em explicar que, para gritar e zurzir, para debater temas «fracturantes» e agitar consciências, para vender como sua a patente da justiça social e apertar a mão aos pobrezinhos "com uma lágrima no canto do olho", eles são imbatíveis. Agora, não contem com eles para além das «agendas»; não contem com eles para perceber o que, em matéria de facto, é socialmente mais justo e equilibrado; não contem com eles para sacudir preconceitos e deitar fora a tralha ideológica que os contínua a empurrar para fora deste mundo; não contem com eles para erradicar a demagogia mais primária do (seu) discurso político. Não se iludam, portanto, os mais incautos: por entre abraços hipócritas e sorrisos amarelos de «camaradas e amigos», a esquerda continuará empenhada em mostrar a sua fácies hipócrita e o seu pueril desnorteio.
Na ânsia de facturar mais uns cobres na sua longa caminhada contra o inimigo; na concepção do que seria uma absoluta imprudência ficar para trás no campeonato da «indignação»; cada um à sua maneira (do Sr. Bernardino ao Sr. Socrates, passando pelo Sr. Soares e pelo Sr. Teixeira Lopes, mas em sentida e totalitária consonância), esqueceu o que estava, realmente, em causa: diferenciar o custo de acesso a um serviço público em função do rendimento (leia-se “capacidade”) de cada utente - afinal de contas um velho princípio de equidade social. Nã senhor, como se diz aqui, no Alentejo. Esses senhores de esquerda nem sequer puseram em hipótese discutir escalões, metodologias e critérios. Perante uma medida que concorria para a tão aclamada «justiça social» (uma das suas mais queridas bandeiras), a esquerda considerou-a, do alto da sua emproada moralidade, «desprezível».
Agora, eu pergunto: como quer a esquerda ser levada a sério?
Na ânsia de facturar mais uns cobres na sua longa caminhada contra o inimigo; na concepção do que seria uma absoluta imprudência ficar para trás no campeonato da «indignação»; cada um à sua maneira (do Sr. Bernardino ao Sr. Socrates, passando pelo Sr. Soares e pelo Sr. Teixeira Lopes, mas em sentida e totalitária consonância), esqueceu o que estava, realmente, em causa: diferenciar o custo de acesso a um serviço público em função do rendimento (leia-se “capacidade”) de cada utente - afinal de contas um velho princípio de equidade social. Nã senhor, como se diz aqui, no Alentejo. Esses senhores de esquerda nem sequer puseram em hipótese discutir escalões, metodologias e critérios. Perante uma medida que concorria para a tão aclamada «justiça social» (uma das suas mais queridas bandeiras), a esquerda considerou-a, do alto da sua emproada moralidade, «desprezível».
Agora, eu pergunto: como quer a esquerda ser levada a sério?
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