ESPECIAL ELEIÇÕES EUROPEIAS!!!
É a loucura!
E pronto. Com uma abstenção a rondar os 62%, a esquerda lá fez a festa: a direita ímpia, neoliberal, neoconservadora, belicista, bushista, extremista, machista (?), passadista (??) e materialista (???) foi derrubada!! Cool.
Longe de mim estragar a festa, mas gostaria de lembrar duas coisinhas:
1.ª) Pela dimensão da abstenção, pelo clima emocional que se viveu (a morte violenta e trágica do cabeça de lista do principal partido da oposição), pela natureza e objecto destas eleições (não foram umas legislativas), pela conjuntura económica que ainda se vive (quem foi votar tê-lo-á feito, sobretudo, como forma de manifestar a sua insatisfação) - por tudo isto, qualquer extrapolação de resultados e quaisquer leituras políticas «internas» estarão enfermas de subjectividade, falta de rigor e enquadramento;
2.ª) As eleições para o governo serão só em 2006. Não sei se repararam, mas Durão Barroso continua a ser o primeiro-ministro de Portugal. Ainda assim, é bom que Durão Barroso retire algumas pequenas ilações. Por exemplo esta: tocar no situacionismo e melindrar os interesses estabelecidos não é lá muito popular.
A esquerda que leve, então, a taça e trate de ampliar, até à exaustão, o «fiasco» eleitoral da direita. Só lhe fica bem. Como diria o meu pai: “se queres ver um pobre soberbo, dá-lhe a chave de um palheiro.” Sem ofensa, é claro.
Abstenção
Razões para tão alta abstenção? Pelo menos, três:
1. A sensação de que «eles», lá na «Europa», decidirão o que tiverem que decidir sem dar cavaco a ninguém;
2. A falta de consistência, motivação e poder de mobilização do projecto europeu, que nada diz a ninguém;
3. A maturidade do eleitorado na assumpção de que há liberdade e legitimidade para votar, mas também, e ao contrário do que o Dr. Sampaio insinua, para não votar (a propósito, ler a crónica do João Pereira Coutinho)
As questões mais prementes
Um pouco por todo o lado, assistiu-se ao crescimento da abstenção e da votação nos partidos mais eurocépticos. Pergunto: como é que os «artífices», burocratas e líderes da UE estão a pensar enquadrar, neste cenário, a aprovação de uma Constituição Europeia (caso mais gritante: Inglaterra)?
Com mais um puxão de orelhas do Sr. Prodi? Com mais umas boquinhas do Sr. Chirac dirigidas aos «maus alunos»? Com o reforço do eixo e do directório franco-alemão? Com a introdução de mais uns parágrafos ocos na Constituição Europeia, sobre nada e coisa nenhuma?
É a loucura!
E pronto. Com uma abstenção a rondar os 62%, a esquerda lá fez a festa: a direita ímpia, neoliberal, neoconservadora, belicista, bushista, extremista, machista (?), passadista (??) e materialista (???) foi derrubada!! Cool.
Longe de mim estragar a festa, mas gostaria de lembrar duas coisinhas:
1.ª) Pela dimensão da abstenção, pelo clima emocional que se viveu (a morte violenta e trágica do cabeça de lista do principal partido da oposição), pela natureza e objecto destas eleições (não foram umas legislativas), pela conjuntura económica que ainda se vive (quem foi votar tê-lo-á feito, sobretudo, como forma de manifestar a sua insatisfação) - por tudo isto, qualquer extrapolação de resultados e quaisquer leituras políticas «internas» estarão enfermas de subjectividade, falta de rigor e enquadramento;
2.ª) As eleições para o governo serão só em 2006. Não sei se repararam, mas Durão Barroso continua a ser o primeiro-ministro de Portugal. Ainda assim, é bom que Durão Barroso retire algumas pequenas ilações. Por exemplo esta: tocar no situacionismo e melindrar os interesses estabelecidos não é lá muito popular.
A esquerda que leve, então, a taça e trate de ampliar, até à exaustão, o «fiasco» eleitoral da direita. Só lhe fica bem. Como diria o meu pai: “se queres ver um pobre soberbo, dá-lhe a chave de um palheiro.” Sem ofensa, é claro.
Abstenção
Razões para tão alta abstenção? Pelo menos, três:
1. A sensação de que «eles», lá na «Europa», decidirão o que tiverem que decidir sem dar cavaco a ninguém;
2. A falta de consistência, motivação e poder de mobilização do projecto europeu, que nada diz a ninguém;
3. A maturidade do eleitorado na assumpção de que há liberdade e legitimidade para votar, mas também, e ao contrário do que o Dr. Sampaio insinua, para não votar (a propósito, ler a crónica do João Pereira Coutinho)
As questões mais prementes
Um pouco por todo o lado, assistiu-se ao crescimento da abstenção e da votação nos partidos mais eurocépticos. Pergunto: como é que os «artífices», burocratas e líderes da UE estão a pensar enquadrar, neste cenário, a aprovação de uma Constituição Europeia (caso mais gritante: Inglaterra)?
Com mais um puxão de orelhas do Sr. Prodi? Com mais umas boquinhas do Sr. Chirac dirigidas aos «maus alunos»? Com o reforço do eixo e do directório franco-alemão? Com a introdução de mais uns parágrafos ocos na Constituição Europeia, sobre nada e coisa nenhuma?
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial