O MacGuffin

segunda-feira, maio 17, 2004

O FACTOR ‘NAN’
Não há critico musical que se preze que não adira, de quando em vez ou regularmente, ao famoso argumento NAN: Não acrescenta nada. A criatura x lança um novo disco, o grupo y edita o mais recente opúsculo? Fatal como o destino: há-de aparecer um sábio a esgrimir o famoso argumento NAN para desvalorizar ou denegrir a obra. Observe-se o que se passou com o mais recente disco dos Magnetic Fields, de seu nome I: à excepção de Jorge Mourinha, no Blitz, a generalidade dos críticos apoiaram-se no famoso factor NAN. A pergunta que se impõe, colocou-a Mourinha: “«Mais do mesmo»? Quando o «mesmo» é apenas alguma da melhor pop clássica feita nos EUA nos últimos 50 anos, porque é que isso há-de ser um problema?”

Mas, pelos vistos, constitui um problema. Vivemos na mais cretina das épocas, onde até o «mais do mesmo do melhor» passou a ser criticável ou descartável. A ultra-exigência, a arrogância e a ingratidão passaram a ser a pedra de toque. Reclama-se hoje pela novidadezinha, pela «evolução», por «novas atitudes» e «novas abordagens». Em suma, pela bendita «inovação». Falhada esta, está tudo estragado. Ai o fabuloso Stephen Merritt resolveu reunir um conjunto de canções que “nada acrescentam” às sessenta e nove anteriores? Merda! Os Strokes fizeram de Room On Fire um «mero» prolongamento de Is This It? Que grande chatice!

Das duas uma: ou estes gajos nada percebem de música, ou terão de começar a provar que a pesca não é, para já, a sua maior vocação. Podem começar por colocar de lado os argumentos da treta e o que não interessa nem ao menino Jesus. A malta agradece.


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