PACHECO PEREIRA DIXIT
"Uma das vitórias de influência de Paulo Portas, director do Independente, foi introduzir na análise política uma verdadeira obsessão com o julgamento moral. Como era inevitável, if you live by the press you die by the press, ele foi (é) uma das vítimas dessa obsessão e ameaça, aliás, tornar-se a vítima mais simbólica da eficácia dos seus próprios julgamentos. Mas a arrogância moral fez escola e é um dos elementos que hoje define a ecologia do jornalismo português (e de parte da blogosfera, onde a passagem de julgamentos morais taxativos e cortantes é do dia a dia de muitos blogues). Digo português, porque essa vaga já teve momentos mais altos no resto do mundo, no jornalismo anglo-saxónico por exemplo, e percebeu-se que um dos seus efeitos é voltar-se contra os seus autores.
Se há coisa que eu não suporto é essa mentalidade self righteous. Não a suportei em Eanes e no PRD, não a suportei no meu partido quando se quiseram pôr a armar ao “Deus, pátria e família”, não a suportei no PSN de Manuel Sérgio (de que Monteiro e Portas herdaram parte dos votos), não a suportei no Independente, não a suportei na banda Monteiro-Portas contra os “políticos”, não a suportei quando foi da questão da “transparência”, e não a suporto em geral.
Do que eu gosto é da habitual moralidade das pessoas comuns, com qualidades e defeitos, que não se acham melhores do que os outros e que sabem que certas coisas não se fazem porque não se devem fazer, e, mesmo assim, de vez em quando enganam-se, que não andam todos os dias a debitar julgamentos morais sobre tudo e sobre todos. Tenho como certo que o moralismo das elites (e jornalistas e políticos são membros das elites) é um instrumento do cinismo e não da virtude, mas nem por isso deixa de ser eficaz porque comunica com o justicialismo populista. É uma das principais barreiras contra qualquer reforma e qualquer modernização de Portugal. E é pouco saudável … moralmente.Uma das vitórias de influência de Paulo Portas, director do Independente, foi introduzir na análise política uma verdadeira obsessão com o julgamento moral. Como era inevitável, if you live by the press you die by the press, ele foi (é) uma das vítimas dessa obsessão e ameaça, aliás, tornar-se a vítima mais simbólica da eficácia dos seus próprios julgamentos. Mas a arrogância moral fez escola e é um dos elementos que hoje define a ecologia do jornalismo português (e de parte da blogosfera, onde a passagem de julgamentos morais taxativos e cortantes é do dia a dia de muitos blogues). Digo português, porque essa vaga já teve momentos mais altos no resto do mundo, no jornalismo anglo-saxónico por exemplo, e percebeu-se que um dos seus efeitos é voltar-se contra os seus autores."
Volto a assinar por baixo.
"Uma das vitórias de influência de Paulo Portas, director do Independente, foi introduzir na análise política uma verdadeira obsessão com o julgamento moral. Como era inevitável, if you live by the press you die by the press, ele foi (é) uma das vítimas dessa obsessão e ameaça, aliás, tornar-se a vítima mais simbólica da eficácia dos seus próprios julgamentos. Mas a arrogância moral fez escola e é um dos elementos que hoje define a ecologia do jornalismo português (e de parte da blogosfera, onde a passagem de julgamentos morais taxativos e cortantes é do dia a dia de muitos blogues). Digo português, porque essa vaga já teve momentos mais altos no resto do mundo, no jornalismo anglo-saxónico por exemplo, e percebeu-se que um dos seus efeitos é voltar-se contra os seus autores.
Se há coisa que eu não suporto é essa mentalidade self righteous. Não a suportei em Eanes e no PRD, não a suportei no meu partido quando se quiseram pôr a armar ao “Deus, pátria e família”, não a suportei no PSN de Manuel Sérgio (de que Monteiro e Portas herdaram parte dos votos), não a suportei no Independente, não a suportei na banda Monteiro-Portas contra os “políticos”, não a suportei quando foi da questão da “transparência”, e não a suporto em geral.
Do que eu gosto é da habitual moralidade das pessoas comuns, com qualidades e defeitos, que não se acham melhores do que os outros e que sabem que certas coisas não se fazem porque não se devem fazer, e, mesmo assim, de vez em quando enganam-se, que não andam todos os dias a debitar julgamentos morais sobre tudo e sobre todos. Tenho como certo que o moralismo das elites (e jornalistas e políticos são membros das elites) é um instrumento do cinismo e não da virtude, mas nem por isso deixa de ser eficaz porque comunica com o justicialismo populista. É uma das principais barreiras contra qualquer reforma e qualquer modernização de Portugal. E é pouco saudável … moralmente.Uma das vitórias de influência de Paulo Portas, director do Independente, foi introduzir na análise política uma verdadeira obsessão com o julgamento moral. Como era inevitável, if you live by the press you die by the press, ele foi (é) uma das vítimas dessa obsessão e ameaça, aliás, tornar-se a vítima mais simbólica da eficácia dos seus próprios julgamentos. Mas a arrogância moral fez escola e é um dos elementos que hoje define a ecologia do jornalismo português (e de parte da blogosfera, onde a passagem de julgamentos morais taxativos e cortantes é do dia a dia de muitos blogues). Digo português, porque essa vaga já teve momentos mais altos no resto do mundo, no jornalismo anglo-saxónico por exemplo, e percebeu-se que um dos seus efeitos é voltar-se contra os seus autores."
Volto a assinar por baixo.
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