PESSIMISTA
Querem saber qual a melhor maneira para se passar a ser pessimista, quanto ao futuro da humanidade? Experimentem falar com um aluno universitário ou com um dirigente académico. Como diria o Nelson Rodrigues, hoje em dia, diante da omnipotência de um jovem universitário, um adulto tem, por vezes, um olhar estrábico de pavor.
Esta semana, a propósito da Queima da Fitas, estive à conversa, por telefone, com um plesidente de uma associação de estudantes. O estilo atabalhoado, a argumentação primária e a falta de educação (sem me conhecer de parte alguma, tratou-me logo por «você») auguram o pior. Antes, tinha recebido um ‘dossier’ dessa mesma associação, onde se descrevia o seu rol de actividades. Pensarão os leitores: encontros com académicos das mais diversas áreas, congressos, palestras, tertúlias sobre os mais diversos temas, súmula de acordos com a reitoria, informação legislativa? Nada disso. Festas, Rambóia, Fados, Garraiadas, Praxes & Co. Lda. As associações de estudantes parecem existir para animar a malta. Uma espécie de colectivo de gajos porreiros que, por sua vez, tratam da organização do circo e da contratação dos palhaços (no caso das praxes, recorrendo à prata da casa). Há semanas observei, pela televisão, outro dirigente académico que, vociferando contra o ministro, alegava que esta nova lei da propina “é contrária às conquistas de Abril”. Estremeci. Na minha cidade observo, recorrentemente, o burburinho dos estudantes com as suas capinhas pretas, o olhar turvo e o sorriso perene na cara – próprio de quem se está a divertir na companhia de umas ‘bejécas’, sempre com os decibeis muito acima do desejável. Amigos meus, que abraçaram a via do ensino universitário (eu bem os avisei...), dizem-me que os seus alunos escrevem um português uns furos abaixo do que era escrito há quinze anos atrás, por uma criança de 12 anos. A coisa chegou a tal ponto que o nível de exigência teve de ser reduzido para níveis vergonhosos, sob pena de 90% da maralha ficar pelo caminho – o típico exercício português de nivelar por baixo. O que não é de admirar. Os actuais estudantes universitários são filhos da iniquidade do sistema de ensino em Portugal, fruto de uma política que tem honrado a velha máxima do Groucho: [a política] uma espécie de arte na procura de problemas, na forma indevida de os diagnosticar e na aplicação dos remédios errados.
Ok. Eu também já lá andei. Mas, ao menos, nessa altura, seguia à risca o conselho do meu pai: “Fala pouco e ouve muito. É para isso que Deus Nosso Senhor nos deu duas orelhas e apenas uma boca".
Querem saber qual a melhor maneira para se passar a ser pessimista, quanto ao futuro da humanidade? Experimentem falar com um aluno universitário ou com um dirigente académico. Como diria o Nelson Rodrigues, hoje em dia, diante da omnipotência de um jovem universitário, um adulto tem, por vezes, um olhar estrábico de pavor.
Esta semana, a propósito da Queima da Fitas, estive à conversa, por telefone, com um plesidente de uma associação de estudantes. O estilo atabalhoado, a argumentação primária e a falta de educação (sem me conhecer de parte alguma, tratou-me logo por «você») auguram o pior. Antes, tinha recebido um ‘dossier’ dessa mesma associação, onde se descrevia o seu rol de actividades. Pensarão os leitores: encontros com académicos das mais diversas áreas, congressos, palestras, tertúlias sobre os mais diversos temas, súmula de acordos com a reitoria, informação legislativa? Nada disso. Festas, Rambóia, Fados, Garraiadas, Praxes & Co. Lda. As associações de estudantes parecem existir para animar a malta. Uma espécie de colectivo de gajos porreiros que, por sua vez, tratam da organização do circo e da contratação dos palhaços (no caso das praxes, recorrendo à prata da casa). Há semanas observei, pela televisão, outro dirigente académico que, vociferando contra o ministro, alegava que esta nova lei da propina “é contrária às conquistas de Abril”. Estremeci. Na minha cidade observo, recorrentemente, o burburinho dos estudantes com as suas capinhas pretas, o olhar turvo e o sorriso perene na cara – próprio de quem se está a divertir na companhia de umas ‘bejécas’, sempre com os decibeis muito acima do desejável. Amigos meus, que abraçaram a via do ensino universitário (eu bem os avisei...), dizem-me que os seus alunos escrevem um português uns furos abaixo do que era escrito há quinze anos atrás, por uma criança de 12 anos. A coisa chegou a tal ponto que o nível de exigência teve de ser reduzido para níveis vergonhosos, sob pena de 90% da maralha ficar pelo caminho – o típico exercício português de nivelar por baixo. O que não é de admirar. Os actuais estudantes universitários são filhos da iniquidade do sistema de ensino em Portugal, fruto de uma política que tem honrado a velha máxima do Groucho: [a política] uma espécie de arte na procura de problemas, na forma indevida de os diagnosticar e na aplicação dos remédios errados.
Ok. Eu também já lá andei. Mas, ao menos, nessa altura, seguia à risca o conselho do meu pai: “Fala pouco e ouve muito. É para isso que Deus Nosso Senhor nos deu duas orelhas e apenas uma boca".
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