A GLOBALIZAÇÃO
Pegando na deixa do João Pereira Coutinho gostaria de escrever umas coisas sobre a Globalização.
A forma como a chamada Globalização tem estado a ser debatida no Ocidente, entre os países industrializados, espelha bem o crónico complexo de culpa destes relativamente ao Terceiro Mundo. Hoje em dia é comum afirmar-se que a Globalização é responsável pelo agravamento da situação de pobreza dos países subdesenvolvidos e, ao mesmo tempo, sintomática do fosso abismal entre essas duas realidades antagónicos.
Em boa verdade, a Globalização é, hoje em dia, a nova figura de retórica na discussão de uma questão já velha. Para muito boa gente, o Ocidente criou e continua a promover um sistema de exploração dos países pobres, através de uma dominação opressiva sem contrapartidas. Longe de estar inocente, o Ocidente não pode, contudo, continuar a ser responsabilizado por tudo o que de mal se passa no mundo. E seria importante denunciar a existência de muitos argumentos falaciosos, e a inexistência de outros absolutamente válidos, para efeitos de discussão.
Notar, por exemplo, que o aumento substancial do nível médio de esperança de vida nos países do Terceiro Mundo tem por detrás a acção do Ocidente; que o argumento da dominação colonial e da estratificação social à escala internacional é débil, uma vez que a maioria dos países mais pobres e atrasados do mundo nunca estiveram no passado sob influência de potências coloniais (Afeganistão, Chade, Burundi, Nepal, Butão, etc.); que nos países do Terceiro Mundo são muitos os complexos industriais, agrícolas e comerciais que foram criados através de recursos criados localmente e novamente reinvestidos; que longe de a sugar, o Ocidente tem injectado e promovido muita riqueza em países que, à partida, pouco tinham para oferecer; que em muitos países do terceiro mundo, toda a riqueza criada pelos produtores é absorvida por impostos e taxas proibitivas, decretadas por governos totalitários ou falsamente democráticos; que os países mais desenvolvidos e ricos do Terceiro Mundo são aqueles que mais abriram as suas fronteiras ao Ocidente e maiores contactos comerciais têm com este; que a esmagadora maioria das multinacionais (não digo que não haja excepções) presentes nesses países, e ao contrário do que se veicula por aí, fizeram elevar o nível de rendimento da população e melhorar as condições de trabalho e de acesso ao mesmo, levando para esses países ‘know how’ e meios nunca antes sonhados.
De uma vez por todas, é essencial perceber que, embora velha e inerente ao desejo inato de contacto e aproximação do ser humano, a Globalização foi acelerada pelo progresso tecnológico e pelos meios de comunicação que desencadearam, entre os países «aderentes» do Terceiro Mundo, um crescimento integrado com o Ocidente, através de um aumento das trocas comerciais, do conhecimento e da mão-de-obra produtiva.
Um dos maiores motores de crescimento de qualquer sociedade é encontrado nas repercussões sociais derivadas das trocas comerciais interna e externas de cada país - coisa que hoje em dia a denominada «Globalização» , enquanto sistema global de informação e comunicação, veio incrementar e facilitar. É essa a diferença entre a Coreia do Sul e a do Norte, entre a Malásia e a Birmânia ou, se quisermos, entre o Norte e o Sul.
A Globalização tem, também, sido útil neste sentido: mostrar a céu aberto as verdadeiras causas das fraquezas de certos países. O grande mérito da Globalização será o de, a pouco e pouco, permitir que os povos desses países se apercebam de que, ao contrário do que lhes continua a ser vendido, o «inimigo» está no meio deles. E que a sua face mais hedionda e perigosa é servida por uma mistura explosiva de fanatismo, obscurantismo, incompetência, despotismo e corrupção.
Pegando na deixa do João Pereira Coutinho gostaria de escrever umas coisas sobre a Globalização.
A forma como a chamada Globalização tem estado a ser debatida no Ocidente, entre os países industrializados, espelha bem o crónico complexo de culpa destes relativamente ao Terceiro Mundo. Hoje em dia é comum afirmar-se que a Globalização é responsável pelo agravamento da situação de pobreza dos países subdesenvolvidos e, ao mesmo tempo, sintomática do fosso abismal entre essas duas realidades antagónicos.
Em boa verdade, a Globalização é, hoje em dia, a nova figura de retórica na discussão de uma questão já velha. Para muito boa gente, o Ocidente criou e continua a promover um sistema de exploração dos países pobres, através de uma dominação opressiva sem contrapartidas. Longe de estar inocente, o Ocidente não pode, contudo, continuar a ser responsabilizado por tudo o que de mal se passa no mundo. E seria importante denunciar a existência de muitos argumentos falaciosos, e a inexistência de outros absolutamente válidos, para efeitos de discussão.
Notar, por exemplo, que o aumento substancial do nível médio de esperança de vida nos países do Terceiro Mundo tem por detrás a acção do Ocidente; que o argumento da dominação colonial e da estratificação social à escala internacional é débil, uma vez que a maioria dos países mais pobres e atrasados do mundo nunca estiveram no passado sob influência de potências coloniais (Afeganistão, Chade, Burundi, Nepal, Butão, etc.); que nos países do Terceiro Mundo são muitos os complexos industriais, agrícolas e comerciais que foram criados através de recursos criados localmente e novamente reinvestidos; que longe de a sugar, o Ocidente tem injectado e promovido muita riqueza em países que, à partida, pouco tinham para oferecer; que em muitos países do terceiro mundo, toda a riqueza criada pelos produtores é absorvida por impostos e taxas proibitivas, decretadas por governos totalitários ou falsamente democráticos; que os países mais desenvolvidos e ricos do Terceiro Mundo são aqueles que mais abriram as suas fronteiras ao Ocidente e maiores contactos comerciais têm com este; que a esmagadora maioria das multinacionais (não digo que não haja excepções) presentes nesses países, e ao contrário do que se veicula por aí, fizeram elevar o nível de rendimento da população e melhorar as condições de trabalho e de acesso ao mesmo, levando para esses países ‘know how’ e meios nunca antes sonhados.
De uma vez por todas, é essencial perceber que, embora velha e inerente ao desejo inato de contacto e aproximação do ser humano, a Globalização foi acelerada pelo progresso tecnológico e pelos meios de comunicação que desencadearam, entre os países «aderentes» do Terceiro Mundo, um crescimento integrado com o Ocidente, através de um aumento das trocas comerciais, do conhecimento e da mão-de-obra produtiva.
Um dos maiores motores de crescimento de qualquer sociedade é encontrado nas repercussões sociais derivadas das trocas comerciais interna e externas de cada país - coisa que hoje em dia a denominada «Globalização» , enquanto sistema global de informação e comunicação, veio incrementar e facilitar. É essa a diferença entre a Coreia do Sul e a do Norte, entre a Malásia e a Birmânia ou, se quisermos, entre o Norte e o Sul.
A Globalização tem, também, sido útil neste sentido: mostrar a céu aberto as verdadeiras causas das fraquezas de certos países. O grande mérito da Globalização será o de, a pouco e pouco, permitir que os povos desses países se apercebam de que, ao contrário do que lhes continua a ser vendido, o «inimigo» está no meio deles. E que a sua face mais hedionda e perigosa é servida por uma mistura explosiva de fanatismo, obscurantismo, incompetência, despotismo e corrupção.
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