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As declarações de Soares, Alegre & Cia. sobre o que Seguro deveria ou iria decidir («ele garantiu-me que…», enquanto decorriam as negociações...), foram mais um episódio na já longa sucessão de sinais de desrespeito para com o secretário-geral do PS, por parte quer das gradas figuras socialistas (os inefáveis «senadores»), quer da ala dos «jovens turcos».
Ao terem falado como falaram, não perceberam (ou perceberam-no bem demais), que estavam a «tramar» Seguro, lançando, para sempre, a dúvida sobre os verdadeiros motivos da decisão que o secretário-geral viesse a adoptar. Os elogios póstumos são, por isso, um pináculo de cinismo.
Seguro, claro, ajudou à festa com a declaração de ontem. Tudo pareceu encaixar na tese do «condicionamento interno»: o corte abrupto nas negociações, a notória posição de inflexibilidade por parte do PS, a prosa vaga e demagógica. Zero de disfarce.
Para quem tivesse dúvidas sobre a inconsequência da proposta de Cavaco Silva para um «compromisso de salvação nacional» (a propósito: não houve tempo para encontrar uma expressão menos dramática e definitiva?), ela está, agora, à vista. Após a demissão de Gaspar e o ridículo episódio com Portas (que deve começar a pensar noutro ofício), Cavaco Silva deveria ter feito uma de duas coisas: ou aceitava a solução governativa apresentada por Passos Coelho - não dando, a partir daí, a menor margem de manobra ao governo para mais divertimentos -, ou convocava eleições antecipadas. Pôr à mesa das negociações actores políticos medíocres, mesquinhamente agarrados à imagem que o partido projecta nos respectivos eleitoradozinhos, acabrunhados com passadas «patifarias» e sedentos de futuras «vinganças», hábeis na perfídia parlamentar e inábeis em enfrentar a realidade, não foi apenas um erro de palmatória: foi uma estúpida perda de tempo.
Tudo previsivelmente mau, nada minimamente edificante. E o som do país, ao fundo, a despenhar-se.
Ao terem falado como falaram, não perceberam (ou perceberam-no bem demais), que estavam a «tramar» Seguro, lançando, para sempre, a dúvida sobre os verdadeiros motivos da decisão que o secretário-geral viesse a adoptar. Os elogios póstumos são, por isso, um pináculo de cinismo.
Seguro, claro, ajudou à festa com a declaração de ontem. Tudo pareceu encaixar na tese do «condicionamento interno»: o corte abrupto nas negociações, a notória posição de inflexibilidade por parte do PS, a prosa vaga e demagógica. Zero de disfarce.
Para quem tivesse dúvidas sobre a inconsequência da proposta de Cavaco Silva para um «compromisso de salvação nacional» (a propósito: não houve tempo para encontrar uma expressão menos dramática e definitiva?), ela está, agora, à vista. Após a demissão de Gaspar e o ridículo episódio com Portas (que deve começar a pensar noutro ofício), Cavaco Silva deveria ter feito uma de duas coisas: ou aceitava a solução governativa apresentada por Passos Coelho - não dando, a partir daí, a menor margem de manobra ao governo para mais divertimentos -, ou convocava eleições antecipadas. Pôr à mesa das negociações actores políticos medíocres, mesquinhamente agarrados à imagem que o partido projecta nos respectivos eleitoradozinhos, acabrunhados com passadas «patifarias» e sedentos de futuras «vinganças», hábeis na perfídia parlamentar e inábeis em enfrentar a realidade, não foi apenas um erro de palmatória: foi uma estúpida perda de tempo.
Tudo previsivelmente mau, nada minimamente edificante. E o som do país, ao fundo, a despenhar-se.
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