Sobre a (co)adopção
É tonto e incoerente o argumento «antes ser adoptado por um casal homossexual do que ficar no orfanato», como se os casais heterossexuais se recusassem, agora, a adoptar (e não continuassem, tragicamente, a ter de esperar anos a fio por esse longo processo de aferição e autorização, a que teriam de se sujeitar os casais homossexuais caso tivessem, por lei, a mesma liberdade de adopção, coisa que a lei agora aprovada não lhes confere).
É fraquinho e pateta o argumento «antes criado num ambiente harmonioso, do que num ambiente de conflito conjugal, violência familiar ou instabilidade», como se esta conjuntura fosse exclusiva de casais heterossexuais, e o outro cenário, tendencialmente etéreo, um espelho incontroverso e inatacável do modus vivendi gay.
É aceitável, e não sinal de homofobia ou obscurantismo, que se chame à colação o agora ridicularizado argumento do «superior interesse da criança.» É importante que estas coisas se discutam sem que se diabolize, inferiorize ou pura e simplesmente injurie quem está contra ou quem tem reservas sobre esta matéria. Estará sempre a prestar um péssimo serviço à causa da adopção por casais homossexuais, quem use do tipo de intolerância de que acusa quem está contra. E tem-se visto muito, por aí.
Cabe provar, a quem está contra, até que ponto, e de que forma, uma criança criada por um casal homossexual é prejudicada. Que tipo de problemas de ordem cognitiva, psicológica, afectiva e socializante podem surgir, ao ponto de pôr em causa o «superior interesse da criança». Não sei se haverá. Provavelmente sim, provavelmente não. Há argumentos válidos, do lado contra. Se são, ou não, verificáveis, será uma discussão que importa levar a cabo.
Dito isto, acho que ninguém porá em causa isto: at the end of the day, o «superior interesse da criança» estará nos afectos e no laço humano. Onde houver amor incondicional, para além da vida (e qualquer pai ou mãe sabe do que estou a falar), estará assegurado o essencial.
A lei agora aprovada, pretende que o essencial – o laço, o amor incondicional - perdure caso, por exemplo, um dos membros do casal morra. Parece-me justo. Parece-me humano. O que, por estes dias, já é muito bom.
É fraquinho e pateta o argumento «antes criado num ambiente harmonioso, do que num ambiente de conflito conjugal, violência familiar ou instabilidade», como se esta conjuntura fosse exclusiva de casais heterossexuais, e o outro cenário, tendencialmente etéreo, um espelho incontroverso e inatacável do modus vivendi gay.
É aceitável, e não sinal de homofobia ou obscurantismo, que se chame à colação o agora ridicularizado argumento do «superior interesse da criança.» É importante que estas coisas se discutam sem que se diabolize, inferiorize ou pura e simplesmente injurie quem está contra ou quem tem reservas sobre esta matéria. Estará sempre a prestar um péssimo serviço à causa da adopção por casais homossexuais, quem use do tipo de intolerância de que acusa quem está contra. E tem-se visto muito, por aí.
Cabe provar, a quem está contra, até que ponto, e de que forma, uma criança criada por um casal homossexual é prejudicada. Que tipo de problemas de ordem cognitiva, psicológica, afectiva e socializante podem surgir, ao ponto de pôr em causa o «superior interesse da criança». Não sei se haverá. Provavelmente sim, provavelmente não. Há argumentos válidos, do lado contra. Se são, ou não, verificáveis, será uma discussão que importa levar a cabo.
Dito isto, acho que ninguém porá em causa isto: at the end of the day, o «superior interesse da criança» estará nos afectos e no laço humano. Onde houver amor incondicional, para além da vida (e qualquer pai ou mãe sabe do que estou a falar), estará assegurado o essencial.
A lei agora aprovada, pretende que o essencial – o laço, o amor incondicional - perdure caso, por exemplo, um dos membros do casal morra. Parece-me justo. Parece-me humano. O que, por estes dias, já é muito bom.