O meu presidente
Quantificado tipo “4.º lugar”? Temo que seja verdade: acabou uma «determinada fase» do Sporting.
José Eduardo Bettencourt em discurso directo:
“Estes últimos quatro anos foram muito complicados. Este modelo de governo, esta incapacidade de haver um desenho estratégico comum levou a elementos de tensão, mesmo interna, sem esquecer toda a conjuntura externa, que faz com que o Sporting, nestes últimos anos, tenha sido constantemente bombardeado e isso prejudicou muito as pessoas que trabalham no dia-a-dia. A relação com o mercado, investidores, etc... porque a noção que veio para fora, de que o Sporting seria um clube ingerível ou ingovernável, também prejudicou o clube na sua relação com o exterior. Mas o que me preocupa mais nesta altura é perceber que o novo modelo de governo tem que ajudar, ser claro e inequívoco e, nesse aspecto, um novo Sporting vai nascer e dar possibilidade às pessoas de trabalharem de uma forma mais coordenada, com mais sinergias e atacarem os problemas que têm de ser atacados de forma inequívoca.”
“Mas voltando um bocadinho atrás, posso adiantar que o modelo de governo é muito simples: consiste num Conselho Directivo no formato em que temos hoje, com uma delegação de alguns poderes executivos numa comissão executiva extensiva a todo o universo e, portanto, a organização por sociedades dará lugar a uma organização por funções, ficando eu a acumular o pelouro de administração do futebol e o Costinha será o meu braço direito nessa área. Haverá outro pelouro com toda a componente Academia e formação, que tem na estratégia do Sporting uma importância extraordinária, com um modelo próprio de crescimento e desenvolvimento; e, depois, mais duas pessoas com mais dois pelouros. Uma com o comercial e outra com toda a parte de meios, financeira, recursos humanos, portanto, áreas de suporte ao negócio. Pela primeira vez, o Sporting terá um conjunto de responsabilidades transversais e uma forma de funcionamento mais complementar, com mais sinergias, para potenciar o negócio, optimizar a estrutura que temos. Esta visão transversal é o caminho que o Sporting necessitava urgentemente. Já pensava assim há muitos anos e constatei a conflitualidade interna e que o tipo de organização não ajudava.”
“Acabou uma determinada fase do Sporting. É preciso não esquecer que todo o projecto de reestruturação ficou em banho-maria e teve de ser tudo tratado novamente, porque os elementos que tinham sido comunicados prescreveram. Portanto, o nosso modelo de sustentabilidade teve de ser novamente redesenhado, explicado e considerado - isto, num período difícil, em que alguns concorrentes apostaram fortíssimo, em termos de investimento. Isso, em termos relativos, não nos ajudou tanto. Este é um ano em que esses dossiês vão ficar fechados, o que permite que o Sporting tenha um caminho mais realista, um desenho da sua estratégia mais claro e mais quantificado.”