Sem emenda
Ontem de manhã, o meu jornaleiro viu-me pegar no i e no Público e disse “Esse gajo do Público está de saída”. “Quem?”, inquiri. “O director. E ainda bem”, acrescentou. “Então: o que é que o homem lhe fez de mal? Prejudicou-lhe as vendas?”, perguntei. “Não. Era aliado do Bush”. Este nível de argumentos (simplista, demagógico, primário, extraviado) não anda longe do de Francisco Louçã. As recentes declarações do líder do BE sobre Paulo Portas, a propósito do caso dos submarinos, só vêm provar que o povo português foi sábio e prudente ao deixá-lo sem a possibilidade de formar maioria com o PS. Ao contrário dos comunistas, que comiam criancinhas ao pequeno-almoço, Louçã sorve todos os dias, pela manhã, um batido multivitamínico de demagogia, enquanto lê, pela enésima vez, a doutrina persecutória do Comissariado do Povo para os Assuntos Internos (que é também livro de cabeceira do nosso amigo Santos Silva). A vertigem para a difamação de índole moralista e para a censura acrimoniosa que busca sempre a desqualificação definitiva do carácter do adversário e, simultaneamente, auto-exaltar a sua suposta superioridade moral e a sua aparente santicidade, são já lendárias em Francisco Louçã. Durante a campanha, percebemos todos o quão descabidas, ocas e ridículas são algumas das medidas práticas de um partido cuja génese e modus operandi não comportam a luz do dia. Sem máscaras e sombras, o retrato não é nada bonito. Tudo junto, facilmente se percebe que o pendor justiceiro e proto-pidesco do homem é para levar a sério. Não é um «tenham muito medo». É mais um «estejam atentos».
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